O edital para a construção da primeira fase do metrô de Curitiba foi republicado na última quinta-feira (3). De acordo com a prefeitura, uma das empresas interessadas em participar do processo licitatório pediu esclarecimento e retificação no item que trata da contraprestação, de R$ 30 milhões anuais, paga pela administração municipal à empresa vencedora. Como a comissão de licitação avaliou pertinente o questionamento, optou-se pela republicação. O edital foi lançado em 10 de junho, e a nova previsão para que se conheça a empresa vencedora é 28 de agosto. O leilão entre as empresas habilitadas será intermediado pela BM&F Bovespa.
A chamada Linha Azul do metrô de Curitiba deverá ter 17,3 quilômetros de extensão, ligando a Cidade Industrial de Curitiba (CIC) ao Cabral, no eixo Sul-Norte da cidade. Serão 15 estações. Posteriormente, há a intenção de estender o trajeto até o bairro Santa Cândida. O projeto prevê que o tempo médio de viagem entre a CIC e o Centro seja de 14 minutos, e de mais 14 minutos de Centro até o Cabral. O modal deve demorar cinco anos para começar a circular.
A republicação do edital não trouxe mudança de valores ou de qualquer outra regra. Por isso, na avaliação da administração municipal, a medida não implicou comprometimento no andamento do processo. A Prefeitura de Curitiba destaca que o valor da contraprestação consta em outros itens do edital e, portanto, a retificação apenas acrescentar o valor de R$ 30 milhões anuais na cláusula 30, que trata especificamente das regras da contraprestação.
A empresa vencedora poderá explorar o serviço por 30 anos, além dos cinco de execução. O edital prevê que o custo máximo da passagem deverá ficar em R$ 2,55. Será contemplada com a concessão a empresa que oferecer o menor custo para os curitibanos. Durante os 30 anos de concessão e os cinco de execução, o repasse totalizará R$ 900 milhões (em valores atuais).
O metrô
A obra terá custo de R$ 5,46 bilhões, sendo que R$ 1,8 bilhão foi repassado pelo Governo Federal a fundo perdido. Prefeitura e Governo do Paraná devem contribuir com R$ 700 milhões cada, e a iniciativa privada deve complementar o investimento.
Após o início das obras, a previsão é de que o trecho que vai até o Centro, na Rua das Flores, seja concluído em quatro anos. O trecho até o Cabral terá cinco anos para ser terminado, mas as operações poderão começar apenas com a primeira etapa concluída. A construção será feita através do método Shield, ou “Tatuzão”, que escava por debaixo da terra, através de uma tuneleira. Dos 17,3 quilômetros de extensão, 2,2 quilômetros devem ser elevados.
Os trens do metrô devem ser automatizados e movidos a energia elétrica, sem a presença de motoristas. Segundo a prefeitura, o modelo permitirá uma maior frequência dos trens, diminuindo o tempo da viagem. Por medida de segurança, o acesso dos passageiros aos trens só será aberto, por uma porta automática, quando o trem estiver já parado sobre o trilho das estações.
Além da integração com os ônibus, a intenção da prefeitura é de integrar o metrô ainda com outros modais, como a bicicleta. Isso deve ser feito através da implantação de bicicletário e banheiros em terminais e nas estações do metrô.
Leia também:
Em Curitiba, ciclistas criam uma praça de bolso
Pesquisa aponta Curitiba como melhor capital do país em mobilidade urbana
Faixa exclusiva para ônibus causa dúvidas entre motoristas de Curitiba