Os motoristas que circulam pelo Bairro do Recife devem ficar atentos. Começa a funcionar nesta segunda-feira (30) a primeira Zona 30 da capital pernambucana, área em que os veículos devem trafegar respeitando a velocidade de 30 km/h. Os primeiros dias são de caráter educacional, com a fiscalização eletrônica e aplicação de multas começando no sábado (5).
A área de baixa velocidade vai funcionar entre a Avenida Alfredo Lisboa, Cais da Alfândega, Cais do Apolo e Rua do Observatório, que é junto da Praça do Arsenal e Torre Malakoff. Na Alfredo Lisboa e Cais do Apolo, a velocidade máxima permitida será de 40 km/h, enquanto a Avenida Rio Branco segue sendo exclusiva para pedestres. Nas outras ruas do trecho, como a Madre de Deus – onde a fiscalização eletrônica vai funcionar também -, a velocidade é de 30 km/h.
Placas da Zona 30 já foram distribuídas pelas ruas do Recife Antigo (Foto: Katherine Coutinho / G1)
Placas já foram instaladas nas ruas da região que integram a zona de restrição de velocidade e arte-educadores entregam panfletos orientando pedestres e motoristas sobre a mudança. Nas placas, é possível ver o mapa com indicação das velocidades. A sinalização deve também ser pintada no chão ainda essa semana.
CTTU propõe convivência harmônica entre carrose pedestres (Foto: Katherine Coutinho / G1)
O objetivo da ação, explica o gerente geral de Trânsito da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Agostinho Maia, é uma convivência harmoniosa entre pedestres e veículos. “A escolha desse trecho do bairro é por conta da quantidade de atividades comerciais que incentivam as caminhadas e o uso de bicicletas. Quando dá meio-dia, é muito grande o número de pessoas caminhando”, afirma Maia.
As opiniões da população se dividem sobre a decisão. O motofretista João Carlos Souza acredita que não era necessário a restrição. “Ninguém anda em velocidade alta aqui, você só consegue passar devagar mesmo. É desperdício”, defende. Pensamento parecido tem o taxista Tiúba Santos, que trabalha somente na região. “Vai engarrafar tudo, é um absurdo colocar 30 km/h aqui”, reclama.
Os temores de que o trânsito fique paralisado são infundados, acredita Maia. “O que vamos ter aqui é uma convivência mais harmoniosa entre pedestres e carros. O tráfego vai fluir do mesmo jeito e quem desrespeitar vai ser multado, inclusive os ônibus”, garante o gerente da CTTU.
O desenvolvedor Paulo Ricardo encara com desconfiança a mudança e duvida que será efetiva. “Para funcionar, tem que multar. Vai precisar de muitos guardas para isso, não sei como vai ser possível nas ruas menores. Os motoristas não respeitam mesmo, eu não acho que vá funcionar”, desconfia.
Já o separador Renato Costa espera que a vida do pedestre se torne mais fácil. “Os carros passam realmente muito rápido, a gente tem dificuldade de atravessar”, aponta. Trabalhando há 40 anos na Avenida Marquês de Olinda, o comerciante Nivaldo Soares também vê com bons olhos a nova Zona 30. “Muita gente anda a pé aqui. Ano passado teve um acidente feio, talvez assim a gente fique mais seguro”, acredita Soares.
Além das placas e totens orientando a população, a Rua do Observatório vai receber uma elevação do piso, para acalmar o tráfego, e outros três elevados vão ser implantados na Avenida Rio Branco, após a urbanização da via. “A expansão ou implantação de novas Zonas 30 ainda estão sendo estudadas, não temos previsão por enquanto de novas áreas”, destaca Maia.
Quem ultrapassar o limite de velocidade pode ser multado em valores que variam de R$ 85,13 a R$ 574,62, além dos pontos registrados na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Fiscalização eletrônica começa a funcionar no sábado (Foto: Katherine Coutinho / G1)
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