Aumentar em 25% as áreas de pedestre, construir mais vias para os ônibus de transporte público e dar-lhes preferência nos cruzamentos, limitar o tempo dos estacionamentos para os automóveis e aumentar a quantidade de bicicletas publicas elétricas, são algumas das medidas que propõe o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS) para Madri, a serem implementadas a partir desse ano até 2020.
Com elas, a prefeitura pretende fazer da capital espanhola uma cidade destinada à cidadania e não aos veículos, convertendo-a num lugar mais amigável para os pedestres, diminuindo os acidentes de trânsito, a contaminação ambiental e restringindo o uso do automóvel, sobretudo no centro.
Sabia mais detalhes do PMUS a seguir.
Segundo o plano, elaborado pela Prefeitura de Madri, empresas, políticos de diversos setores e organizações civis, a cidade possui três mil quilômetros de ruas. Nelas, a cada dia útil, são realizados 2,5 milhões de percursos em veículos privados, em contraste com os três milhões que se deslocam em transporte publico, sendo 40% desses em ônibus, que não contam com infraestruturas adequadas, particularmente na periferia da cidade.
Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Madri. Via El País.
Por esse motivo, o documento indica a construção de 90 quilômetros de vias para ônibus nesse setor da cidade, já que o meio mais utilizado até agora para chegar à periferia é o automóvel, e isso deve ser mudado. De fato, o diagnostico afirma que, diariamente, sete de cada dez viagens que são feitas de automóvel em Madri, têm como origem ou destino esse setor.
Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Madri. Via El País.
Uma segunda medida que favorecerá as viagens em ônibus, é que eles terão a preferência nos cruzamentos das ruas com tráfico menos intenso. No caso do metrô, o planejamento contempla estender a linha 9 até Costa Brava; e para o trem, um traçado circular similar a autopista M-45. No entanto, essa ultima iniciativa não está confirmada pois depende do Ministério do Desenvolvimento.
Em relação aos deslocamentos a pé, o plano afirma que, entre 2004 e 2012, estes aumentaram de 29% a 31%. Mesmo o número sendo positivo, ele acabou sendo afetado pela falta de recursos econômicos para a construção de mais calçadas. Assim, o PMUS propõe ampliar as calçadas mediante a eliminação de ruas, criando um percurso para o pedestre entre Retiro e a Casa de Campo através do bairro de Lavapiés e tornar as ruas do centro exclusivas para pedestres.
© Trevor.Huxham, via Flickr.
Outro fato que o plano procura regular são os estacionamentos para automóveis, ainda que em certo aspecto isso seja questionável. Por um lado o preço dos estacionamentos privados será duplicado para que custem o mesmo que os públicos (de 2,75 euros por duas horas a 4,85 euros), diminuindo a circulação de automóveis que procuram estacionamentos, particularmente no centro. O tempo de estacionamento também será limitado a duas horas, controlado com o registro de cada veículo. Contudo, por outro lado, serão construídos 15 mil estacionamentos nos acessos da cidade.
Os efeitos dessa última medida são questionáveis, já que diversos estudos – como “Políticas Públicas destinadas a reduzir o uso do automóvel: Manual de implementação de sistemas de parquímetros para cidades mexicanas”, do Instituto de Políticas para o Transporte e Desenvolvimento (ITDP) de México – demonstraram que quando se aumenta a oferta de estacionamentos, incentiva-se o uso do automóvel.
© caribb, via Flickr.
Entre as medidas destinadas a fomentar o uso da bicicleta, está aumentar o número de bicicletas elétricas disponíveis para aluguel, passando de 1.580 a 3.300. Além disso, se estenderá a rede de ciclovias e as ruas das Zonas 30, que são os lugares onde devem conviver os automóveis e as bicicletas. Essas decisões foram tomadas a fim de incentivar o uso desse meio de transporte limpo que ainda não representa nem 1% dos deslocamentos em relação aos realizados em automóveis.
O documento completo do Plano de Mobilidade Urbana sustentável pode ser baixado aqui.
Via Plataforma Urbana. Tradução Camilla Ghisleni, ArchDaily Brasil.
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