Cuiabá não foi feita para pedestres. Além dos já conhecidos problemas com as calçadas quebradas e irregulares e falta de acessibilidade, a maioria dos semáforos para os pedestres não funciona. Já as faixas de travessia estão apagadas e mal sinalizadas.
No entroncamento das avenidas Mato Grosso, Historiador Rubens de Mendonça (CPA) e da Tenente Coronel Duarte (Prainha) existem seis semáforos para pedestres inutilizados. Os aparelhos se encontram com as lâmpadas queimadas e a estrutura depredada.
Já no cruzamento da Prainha com a Coronel Escolástico, nenhum dos quatro sinaleiros para os pedestres está funcionando.
Conforme o estudante Eduardo Guimarães, de 25 anos, atravessar no local é um desafio. “Todo dia é a mesma coisa. Temos que tomar todo cuidado e tentar adivinhar quando o motorista vai deixar a gente passar.”
Já no encontro da Prainha com a Maria Taquara e Generoso Ponce, quatro aparelhos estão danificados. No local, se concentram diversas centrais de pontos de ônibus e por isso a região é uma das que mais recebe fluxo de pedestres.
Na avenida do CPA, o problema se repete. A região carece de travessias, e nos poucos pontos destinados, não há sinalização adequada. No trecho em que a avenida recebe o fluxo da rua Conselheiro Dr. Enio Vieira não tem faixas e sinaleiros adequados, as pessoas atravessam em meio aos carros em movimento.
A avenida Fernando Correa da Costa também não foge á regra. Em frente ao viaduto Jornalista Clóvis Roberto (UFMT), próximo ao shopping Três Américas, existia um semáforo e uma faixa para pedestres, porém eles foram desativados e transferidos para a parte inferior do viaduto sem que a faixa anterior fosse completamente apagada. Com isso, diversas pessoas insistem em tentar atravessar no local, mesmo correndo risco de atropelamento.
Já a nova travessia não conta nem com sinalização ou acessibilidade adequada. O local também costuma alagar nos dias de chuva.
Nos dias de chuva, a Capital sofre com outro problema. Os sinaleiros constantemente apagam ou ficam intermitentes. A situação muitas vezes demora até 24 horas para ser resolvida.
De acordo o engenheiro de transporte e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Eudemir Pereira, o pedestre de Cuiabá vive uma roleta russa, já que aposta a própria vida nas ruas. “O pedestre deveria ser a prioridade, já que ele tem o maior risco, porém não é isso o que vemos”.
Segundo ele, o Código de Trânsito estabelece que a sinalizações da via estejam sempre visíveis e que os gestores realizem a manutenção constantemente. “Se o motorista não conseguir ver que ali tem uma faixa, como ele vai parar? As travessias precisam ser reavivadas sempre para minimizar os riscos. E a chuva também não pode servir de desculpas para que os semáforos fiquem inativos”.
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