Governo do Mato Grosso recebe autorização para implantar o VLT

A troca do modal preocupa o coordenador do Grupo de Trabalho Copa do Mundo FIFA 2014 do Ministério Público Federal, Athayde Ribeiro Costa

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 |  Autor: UOL Esporte  |  Postado em: 03 de outubro de 2011

O deputado estadual José Riva (PP)

O deputado estadual José Riva (PP)

créditos: Divulgação

O governador do Mato Grosso, Silval Barbosa, assinou na noite desta quarta-feira, em Brasília, com o ministro dos Esporte, Orlando Silva, a alteração da Matriz de Responsabilidade que autoriza a substituição do sistema de mobilidade urbana BRT (Bus Rapid Transit) para o de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) em Cuiabá, uma das cidades sede da Copa do Mundo de 2014.


A alteração provoca importante impacto no andamento do assunto, na medida em que permite que o governo de Mato Grosso cancele junto à Caixa Econômica Federal o contrato anterior do BRT, transferindo os recursos para o novo sistema, o VLT.


A partir de agora, inicia o processo para a efetivação dos dois contratos de financiamento junto à Caixa, para o VLT, no valor de R$ 423 milhões e para a contrapartida do Estado, no valor de R$ 729 milhões, perfazendo um total de R$ 1,152 bilhão.


Em 2009, a cidade de Cuiabá optou pelo BRT baseando-se em um estudo que contém centenas de páginas e se aprofunda nas questões urbanísticas e econômicas da capital matogrossense. Um software de engenharia de tráfego (Transcad) foi utilizado para determinar os fluxos de transporte da cidade.


Dois anos depois, o deputado estadual José Riva (PP), presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso, apresentou um relatório de dez páginas sem caráter científico e feito por uma fábrica de equipamentos para trens (TTrans), dizendo ser o VLT o modal perfeito para Cuiabá. A partir daí, iniciou-se uma batalha que terminou só nesta quarta-feira.


A troca do modal preocupa o coordenador do Grupo de Trabalho Copa do Mundo FIFA 2014 do Ministério Público Federal, Athayde Ribeiro Costa.


Para o procurador, a troca de modais em Cuiabá foi feita sem que houvesse um estudo mostrando que a substuição de sistema traria vantagens e seria financeiramente conveniente. "Não podemos permitir que o patrimônio público sofra em detrimento de interesses privados até porque recuperar o dinheiro perdido é muito difícil”, afirmou.

 

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