As cidades do ABC Paulista devem contar somente no final deste mês com as verbas do Governo Federal para a mobilidade urbana anunciadas em agosto do ano passado pela presidente Dilma Rousseff.
O Planalto disponibilizou para obras de trânsito e transporte público nas cidades da região R$ 793 milhões.
No entanto, mesmo com a assinatura dos contratos com a Caixa Econômica Federal prevista para o dia 28 de junho, quando a presidente vai participar de inaugurações em Santo André, devem ser liberados apenas R$ 385 milhões.
Isso porque, as verbas só podem ser usadas depois da conclusão dos projetos executivos das obras e as prefeituras da região não tiveram capacidade até agora de realizar os projetos de todas as intervenções previstas no pacote de R$ 793 milhões.
Atraso das prefeituras do ABC e burocracia do Governo Federal.
Para a liberação dos recursos, equipes técnicas do Ministério das Cidades analisaram os projetos. Só depois da aprovação da pasta é que o dinheiro pode ser liberado pela Caixa Econômica Federal – CEF.
Apesar da necessidade de cautela na análise dos projetos, o ritmo dos trabalhos por parte do Governo Federal foi alvo de críticas.
Após a assinatura dos contratos com a Caixa, ainda há um processo lento para que as obras comecem a ser de fato realizadas.
Serão necessárias as licitações.
O pacote de intervenções foi discutido pelos prefeitos no Consórcio Intermunicipal do ABC, que debate a região de maneira integrada.
Apesar de muitas obras contemplarem um ou mais municípios, as licitações serão feitas individualmente pelas prefeituras.
Assim, no caso da ligação da Avenida Casa Grande, em Diadema, com a Avenida Castelo Branco, em São Bernardo do Campo, pela Rua Mem de Sá, as duas prefeituras devem fazer duas licitações.
As intervenções que devem receber as verbas nem sempre priorizam o transporte coletivo.
Há casos de alargamento de vias e aberturas de cruzamentos que devem trazer inicialmente mais benefícios para quem usa carros. A melhor infraestrutura destas vias pode fazer com que elas recebam futiramente espaços para o transporte público, como corredores de ônibus, mas ainda assim, o automóvel particular será o primeiro beneficiado.
Em relação aos transportes públicos, o destaque fica para a construção e reformas de terminais de ônibus.
São Bernardo do Campo deve fazer o Terminal São Pedro, Terminal Batistini e Terminal Alves Dias. Mauá promete um novo terminal de ônibus.
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