Inaugurada no final de 2011, a ciclovia da av. Brás Leme, no bairro de Santana, em São Paulo, se tornou uma rota para a circulação de estudantes e trabalhadores durante a semana e um espaço de lazer nos sábados e domingos.
A pista serpenteia pelos jardins do canteiro central da avenida, importante via que conecta a estão de metrô Santana à ponte da Casa Verde, em direção ao centro da cidade. Também serve como ligação entre os bairros de Vila Maria e Vila Guilherme, no lado leste, e Casa Verde, Freguesia do Ó e Limão, na face leste da zona norte de São Paulo.
Com excesso de curvas - tudo para não "roubar" faixas de trânsito dos automóveis - a ciclovia também evitou a derrubada de belas árvores que compõem a paisagem da avenida. Pedalar ali exige atenção e muito cuidado para não sofrer acidentes. Quem pedala pela ciclovia já deve ter notado a dificuldade em encontrar o caminho a seguir, que ora está a direita, segue pela esquerda depois de uma esquina e volta a aparecer atrás do arvoredo. É fácil perder o caminho, entrar na calçada de pedestres ou entrar na contramão. Mas, sem dúvida, é melhor do que disputar espaço no trânsito pesado da avenida.
Sinalização
Apesar das falhas estruturais, ciclovia da Brás Leme é bem sinalizada para os padrões brasileiros, com placas de advertência aos motoristas, semáforos especiais para pedestres e ciclistas e também boa sinalização de solo ao longo da pista, em concreto vermelho. Falta manutenção, o que é visível na sinalização de solo que já começa a sumir sob uma capa de areia; ou nas lâmpadas queimadas dos semáforos, que também deveriam ser substituídas.
O principal problema é saber onde se está, ao longo dos 2 km cicláveis. Não existe nenhuma placa, mapa ou tótem com informações sobre as direções a seguir para quem queira ir ao centro, a Santana, ou à Casa Verde. Também não há nehum mapa que mostre as conexões da ciclovia com outras infraestruturas cicloviárias da cidade.
O ciclista deveria ser avisado de que está a uma quadra da estação Santana do metrô, ao lado do aeroporto Campo de Marte, ou perto do Sítio Morrinhos (área histórica de São Paulo), ou ainda que está chegando à av. Marginal do Tietê e poderia seguir até o centro, (2 km), ou até o estádio do Pacaembu, a pouco mais de um quilômetro da ponte Casa Verde.
Aos domingos e feriados, quando se instala a ciclofaixa de lazer, a ciclovia ganha mais corpo e se liga com o Parque da Juventude, no Carandirú, com o Sesc Santana e até com o Parque do Trote, já perto da Via Dutra, na divisa com o município de Guarulhos. Trata-se de uma região plana, com muitas vias calmas, que poderiam compor uma ciclorrota exemplar, de leste a oeste, seguindo a calha do rio Tietê. Os índios e bandeirantes, já faziam esse caminho, no século XVI, a pé ou de canoa. Hoje, felizmente, temos nossas magrelas.
Veja outras avaliações na página da Campanha Sinalize: www.mobilize.org.br/campanhas/sinalize
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Avaliação Ciclovia Brás Leme