Ao usarem seus carros, os moradores de Manaus modificam os padrões de chuva.
Em fevereiro e março, como parte das atividades do programa de pesquisa Green Ocean (GO) Amazon, pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos fizeram 15 sobrevoos em um avião de pesquisa sobre a floresta amazônica e a cidade de Manaus. Nesse trabalho, eles verificaram que a massa de ar com poluição gerada na cidade, a chamada pluma, pode chegar a 250 km de distância e modificar a estrutura da chuva na floresta e na capital do Amazonas.
"Poluição gerada na cidade, a chamada pluma, pode chegar a 250 km de distância e modificar a estrutura da chuva na floresta e na capital do Amazonas."
A uma altitude mínima de 600 m, o avião Gulfstream ARM 1, conhecido como G-1, do Pacific Northwest National Laboratory (PNNL), fazia zigue-zagues dentro da pluma, filmava as nuvens à frente, fotografava cristais de gelo e, por meio dos sensores colocados sob as asas ou na fuselagem, registrava a quantidade de material particulado, óxidos de nitrogênico, monóxido de carbono e ozônio produzidos na cidade e de compostos voláteis orgânicos, liberados pelas plantas da floresta.
“Conseguimos captar a extensão e a altitude da pluma de Manaus com excelente concordância com nosso modelo numérico de transporte químico da atmosfera”, disse Karla Longo, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coordenadora dessa parte do trabalho, financiado pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos.
As informações coletadas tomaram a forma de um banco de dados, acessível, por meio de mapas e gráficos. Veja, acessando uma das páginas do site do Inpe.
Foto: Eduardo César / Revista Fapesp
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