Hidrovia na Baixada Santista pode começar em 2015

Informação foi dada pelo diretor-executivo da Agência Metropolitana da Baixada Santista (SP), Marcelo Bueno, em entrevista ao Diário do Litoral

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Fonte: Diário do Litoral  |  Autor: Luana Fernandes*  |  Postado em: 27 de maio de 2014

Em Cubatão, problemas com assoreamento do rio

Em Cubatão, problemas com assoreamento do rio

créditos: Carlos Nogueira / A Tribuna

 

O diretor-executivo da Agência Metropolitana da Baixada Santista (Agem), Marcelo Bueno, vai anunciar hoje (27) o Plano Metropolitano Para o Desenvolvimento Estratégico da região do litoral sul de São Paulo. Em entrevista à jornalista Luana Fernandes, do Diário do Litoral, o representante do governo estadual abordou os principais eixos a serem discutidos nesse plano, com ênfase para a mobilidade urbana. 

 

Das obras previstas para a Baixada Santista, a novidade é um novo modal, caracterizado pelo sistema hidroviário, anunciou Bueno. Segundo ele, o transporte irá atendar às cidades de São Vicente, Cubatão, Bertioga, Guarujá e Santos e, em estudo ainda, com uma extensão até Praia Grande.

 

O projeto executivo da hidrovia já está em discussão adiantada, garantiu o diretor da Agem, e o desafio  agora, disse ainda, é "colocar o projeto no mercado", ou seja, viabilizar financeiramente o investimento com a parceria da iniciativa privada. 

 

Veja trecho da entrevista com Marcelo Bueno, da Agem:

 

E a mobilidade? O que será explorado?

A área de mobilidade tem um destaque especial porque nós vivemos, principalmente no ano passado, um caos. O acesso a Baixada é muito complicado. Problemas não só estruturais como também políticos. E o Estado fez investimentos. Dentro de um complexo de obras, pelo menos sete se destacam: o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos), os viadutos em São Vicente, Viaduto Rubens Paiva (Jardim Casqueiro, Cubatão), Trevo na Rodovia Anchieta em Cubatão, Túnel Submerso entre Santos e Guarujá, o BRT (Bus Rapid Transit – Veículo Leve Sobre Pneus) em Praia Grande e o sistema hidroviário, que estamos no começo das discussões para o projeto executivo e estamos bem adiantados.

 

Como seria este sistema hidroviário?

O sistema hidroviário irá abranger as cidades de São Vicente, Cubatão, Bertioga, Guarujá e Santos. E estamos estudando, juntamente com o Departamento Hidroviário do Estado, uma solução para estender o transporte até Praia Grande. Este sistema está praticamente pronto.

 

E o que está faltando para este sistema ser implantado?

Está faltando ser colocado para a iniciativa privada. Você não pode simplesmente criar um modal sem que ele seja economicamente viável. Então, não é simplesmente colocar o trecho da hidrovia em concessão. Por isso, o Estado está estudando se vai aplicar uma MIP (Manifestação de Interesse Privado) ou se vai aplicar uma PPP (Parceria Público-Privada). O que interessa para o Estado é a tarifa, a menor possível. No início, ele pode entrar com subvenção, pode aplicar recurso para que esta tarifa não seja tão alta. É um modal interessante.

 

Será um serviço tarifado? De que forma?

Com certeza será tarifado. E como nós vamos fechar a conta? Nós não podemos esquecer a implantação de um bilhete único é imprescindível. Tudo será interligado: VLT, rodovia, hidrovia e ferrovia, quando possível. Existe projeto da descida da Serra pela CPTM para integrar com o VLT. O que foi bacana na questão da Mobilidade, os nove municípios sentaram para desenhar isto. E qual é o resultado disso? Nós vamos pedir ao Estado o custeio do Plano Regional de Mobilidade. Inclusive, já oficiei ao Estado para que isso seja uma verba carimbada para nós da agência. A Agem é quem quer executar este plano juntamente com os nove municípios.

 

Um problema em Cubatão que é a questão do assoreamento dos rios. Como vocês irão trabalhar isso para que o transporte seja implantado?

Teremos que fazer algumas retificações. O Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) já está em processo licitatório para resolver esta questão em Cubatão. É claro que o desassoreamento é preocupante, principalmente, para transporte de carga porque você precisa de embarcações com um calado um pouco maior. No caso das embarcações para transportes de passageiros, a Engenharia Naval se encarregou de desenvolver embarcações que quase não têm contato com a água. São mais simples e mais leves. Para transporte de passageiros, que é o foco do Estado, nós não precisaríamos de grandes intervenções.

 

Esse problema atinge só Cubatão ou outros rios da Região precisariam de intervenções?

Em Praia Grande, por exemplo, os cais de acesso estão assoreados. O próprio prefeito já havia apontado isto. O mapeamento disto será feito pelo Departamento de Hidrovias do Estado.

 

E quando este sistema será implantado?

Nós estamos pensando em colocar, já no início do ano que vem, o projeto no mercado. Nós já entraremos com os projetos executivos no início de 2015. Este ano é lento, por conta das eleições. Então, nós podemos não colocar uma licitação para este projeto, mas podemos discutir o sistema. Passando a eleição, definidos os novos governantes, a gente coloca este projeto no mercado.

 

* Edição de Regina Rocha / Mobilize Brasil 


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