Arquiteto mineiro cria projeto ideal para o metrô de BH

Tomando como base a cidade de Barcelona, na Espanha, escritório de arquitetura RMA cria um sistema metroviário com nove linhas e 224 km para a capital mineira

Notícias
 

Fonte: Revista Encontro  |  Autor: João Paulo Martins  |  Postado em: 22 de maio de 2014

O projeto do arquiteto Renato Melo

O projeto do arquiteto Renato Melo

créditos: Reprodução

 

Que tal partir do Buritis e chegar em Confins sem sair do sistema de metrô de Belo Horizonte? Parece sonho, mas pode ser viável. Isso é o que mostra o projeto de mobilidade urbana feito pelo arquiteto belo-horizontino Renato Melo, em 2010, que transforma a malha metroviária da capital mineira dos atuais 28 km para nada menos que 224 km.

 

“Na verdade, eu acho que seria a malha mínima para o sistema de metrô de BH”, diz Renato Melo, sobre seu projeto, que conta com nove linhas e passa por todas as regiões da cidade. A ideia de criar esse sistema “futurista” para BH surgiu quando ele estava em Barcelona, na Espanha, que tem 11 linhas e 113 km de extensão. “Lá eu viajava bastante e tive a oportunidade de usar um sistema de transporte eficiente. A gente percebe que no Brasil não temos uma mobilidade urbana decente. O trânsito é caótico”, reclama o especialista.

 

Para chegar ao projeto da malha metroviária ideal para Belo Horizonte, o escritório de arquitetura de Renato Melo levou em conta a topografia da cidade e a densidade populacional de cada bairro. Além disso, eles ainda consideraram a necessidade de descolamento entre as regiões, seja para trabalhar, seja para comprar ou se divertir. “O usuário de carro particular só vai deixá-lo em casa quando perceber que o transporte público é mais eficiente e barato. Hoje, andar de moto é mais econômico que de ônibus”, afirma.

 

Questionada sobre a viabilidade desse projeto “dos sonhos”, a Metrominas, em nota enviada à Encontro, explica apenas que vem trabalhando com o sistema de três linhas para a cidade: a linha 1, de superfície, que já está em operação; a linha 2, de superfície, que vai ligar a região do Barreiro à linha 1, na estação Nova Suíça; e a linha 3, que será completamente subterrânea, e vai ligar a Savassi à linha 1, na estação Lagoinha. Com isso, a capital passaria a ter 44 km de rede de metrô. “Não houve nenhum contato oficial do responsável pelo trabalho do escritório de arquitetura com a Metrominas, para exposição das ideias contidas no documento”, finaliza a mensagem oficial.

 

Renato Melo, por sua vez, conta que chegou a apresentar seu projeto à prefeitura de Belo Horizonte. Mas ainda não obteve qualquer retorno. “Não precisa inventar a roda, é só pegar o exemplo de outras cidades que possuem um sistema metroviário que funciona. Paris, Barcelona, Nova Iorque, Berlim e Londres contam com metrôs muito bem consolidados. Claro que alguns deles são centenários, mas, justamente por isso, já devíamos ter começado bem antes”, conta o arquiteto. Confira os mapas dos sistemas de metrô de grandes cidades do mundo.

 

Construção da linha 3 do metrô é viável

Ele deixa claro que o projeto que foi apresentado ao órgão público não é executivo, e, portanto, demanda um estudo técnico de viabilidade, especialmente no que diz respeito ao terreno. Como ele mesmo explica, a capital tem um grande adensamento de prédios, que, somado às vias públicas mais estreitas, inviabiliza um sistema de transporte de massa de superfície, como o VLT (veículo leve sobre trilhos). “No momento estão falando sobre a linha 3, entre a Lagoinha e a Savassi, mas e o resto da malha metroviária? Isso faz parte de qual macroplanejamento?”, questiona o arquiteto.

 

Leia também:

Ação pede anulação do aumento do ônibus em BH 

ONG cobra mais acessibilidade para cadeirantes de Uberaba (MG) 

Estudo aponta trens como alternativa para melhorar mobilidade urbana 

Comentários

Nenhum comentário até o momento. Seja o primeiro!!!

Clique aqui e deixe seu comentário