Uma pequena área particular, antigamente usada como rampa de estacionamento, acaba de ser transformada em praça pública, a Pracinha Oscar Freire, inaugurada hoje (21) em São Paulo.
O novo espaço segue o conceito do "pocket park", ou “espaço livre”, que confere outra função e uso a terrenos desse tipo, públicos ou privados. No caso, uma ex-rampa de carros virou uma agradável minipraça, onde as pessoas agora podem sentar, descansar, ler um livro, conviver enfim.
Este é o primeiro dos espaços privados que, aprovados por decreto municipal, terão o direito de ser implantados na cidade. A nova pracinha, que ocupa uma área de 300 m², cumpre o papel de abrir um amplo debate sobre a necessidade de construir cidades mais humanas e sustentáveis. Localizada numa área estratégica da capital paulista, entre as ruas Bela Cintra e da Consolação, a Pracinha Oscar Freire é uma iniciativa da Reud, empresa de desenvolvimento imobiliário, e tem o projeto arquitetônico realizado em parceria com o Instituto Mobilidade Verde e Zoom Arquitetura.
Pintura em faixas cruzadas sinalizam o caminho da pracinha
A ideia é que estes espaços possam se espalhar pela cidade, como explica Lincoln Paiva, diretor do Instituto Mobilidade Verde e idealizador desta ação: "O objetivo desta praça é discutir novos instrumentos urbanísticos que permitam transformar pequenos espaços em lugares mais agradáveis e seguros, para a melhoria da qualidade de vida e valorização da comunidade", diz Paiva.
A praça da Oscar Freire foi construída em dois patamares, de forma a ser mais acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. Além disso, incorpora o conceito de escadas “bancos”, em que os pontos de acesso são também usados para sentar. Entre os materiais adotados, a madeira traz ao local maior organicidade e acolhimento, dizem os arquitetos.
O acesso ao estacionamento foi mantido, para uso compartilhado, e com sinais de alerta ao motorista. A rampa foi pintada com efeitos tridimensionais, como faixas de segurança, indicando aos carros que aquele espaço é prioridade do pedestre. O espaço contém programação gratuita com atividades recreativas, workshop, área para eventos e food truck. A programação estará disponível na grande lousa interativa instalada no espaço.
História
O primeiro Pocket Park surgiu em Nova York em 1967 próximo a 5ª Avenida, a pedido do então presidente da CBS, Williian Paley, que contratou os arquitetos paisagistas Robert Zion e Harold Breen para criar um pequeno parque de baixa manutenção com paisagismo, cadeiras leves e portáteis, emprego de materiais duráveis.
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