O anúncio foi feito por Marcelo Bruni, da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, durante a Audiência Pública de revisão da Lei das Ciclovias, no dia 21 de setembro. O registro da declaração, em áudio, pode ser encontrado no site do vereador Chico Macena.
Bruni afirmou que, dentro do âmbito da operação urbana Faria Lima, será feita a curto prazo uma ciclovia no canteiro central, do Largo de Pinheiros até a Av. Cidade Jardim, como parte de um projeto maior que ligará futuramente o Parque Villa Lobos ao Parque do Ibirapuera.
Situação atual
Atualmente, em boa parte desse trecho há um calçamento de pedras vermelhas, que é confundido por muitos com uma ciclovia, embora não seja. Esse calçamento é interrompido em diversos pontos, por canteiros, coqueiros, áreas de estacionamento e muitos pontos de conversão que colocam em risco o ciclista.
Ciclovia é mais que um chão vermelho
A ciclovia ali seria bastante útil, mas precisa ser bem feita. Não basta alargar a área utilizável e interligar os atuais trechos isolados, rebaixando as calçadas: os pontos de conversão precisam ser todos reprojetados. Hoje, a preferência em todos esses pontos é do automóvel, que faz a curva em velocidade e sem perceber a aproximação do ciclista que trafega no canteiro central, oferecendo risco de atropelamento.
Aliás, um dos principais problemas de ciclovias no canteiro central é justamente esse: em pontos de conversão e cruzamentos, o motorista não percebe a aproximação do ciclista, que se mistura a pedestres, árvores, postes e mobiliário urbano. Além de colocar o ciclista em risco pela movimentação dos automóveis, seu fluxo é atrapalhado pelos carros que param no meio da conversão, aguardando oportunidade de entrada ou cruzamento da avenida.
Nessa situação, tem-se como resultado uma viagem de bicicleta arriscada e demorada, o que faz com que os ciclistas declinem de usar a ciclovia para trafegar pela pista – fato que acontece na ciclovia da Av. Sumaré. Se não houver um bom planejamento nesse sentido, os ciclistas simplesmente não a utilizarão, pois evitam naturalmente caminhos onde não se sintam seguros ou que tornem a viagem mais longa ou mais demorada.
Sugestões para os pontos de risco
Essa prioridade deve ser bem sinalizada, como nas travessias da Ciclofaixa de Lazer, respeitadas pelos automóveis mesmo durante a semana, como se pode perceber na foto ao lado. Os automóveis devem parar ANTES da ciclovia, como fazem (ou deveriam fazer) em uma faixa de pedestres. E um semáforo específico ajuda a criar essa conscientização e esse respeito.
Sinalização de solo indicando ao ciclista onde entrar e sair da ciclovia também é importante. Na Ciclovia Caminho Verde (Radial Leste), há uma pequena faixa vermelha ao lado das faixas de pedestres, indicando que ali o ciclista pode cruzar a via montado, no mesmo tempo semafórico dos pedestres e sem se colocar em risco.
A foto abaixo é de autoria de Leonardo Moura, do blog Arte como Arte, e não por coincidência foi encontrada emum texto seu sobre esse mesmo canteiro central. Ela ilustra bem o que temos hoje: um caminho bonito e agradável (desconsiderando-se a poluição do ar e sonora), mas ainda inadequado para receber o ciclista. Perceba que apesar da árvore estar bem no meio do trecho trafegável, ele não se alarga para contorná-la.
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