Ativistas de todo o Brasil mobilizam-se nesta sexta-feira (9) para marcar presença no "Dia de ir de bike ao Trabalho". Muita gente - milhares de pessoas - o fazem diariamente, disputando espaço com automóveis, motocicletas, caminhões e ônibus.
Alguns pedalam por absoluta necessidade e viajam de bicicleta porque não podem pagar o ônibus. Em geral, são trabalhadores de baixa renda ou estudantes. Outros trocaram o carro pela bike simplesmente porque não suportavam mais enfrentar os congestionamentos diários nas ruas e avenidas brasileiras.
Uns e outros, porém, compartilham o prazer de circular pelas cidades, mesmo em dias de frio, chuva ou calor extremo. Vêem a cidade de perto, com suas belezas e problemas, mas podem parar e descer a qualquer momento para conversar, descansar numa praça ou tomar um café. Bicicletas, como diz a cicloativista Renata Falzoni, não são exatamente veículos. São equipamentos que permitem às pessoasviagens rápidas. Se o trânsito está muito violento, pode-se descer da bike e caminhar na calçada, ao lado dos pedestres, ou entrar no metrô, no trem, nas barcas. Simples e ágil, leve e gentil.
No Brasil, em nossas cidades duras e áridas, ir ao trabalho pedalando exige determinação, um pouco de coragem, e muita habilidade para enfrentar o tráfego violento e a falta de infraestrutura, de ciclovias a bicicletários. Especialmente nos escritórios e nas estações de transportes.
Esperamos que o Dia de ir de Bike se torne uma semana, logo um mês, talvez um ano. Bicicleta, todos sabemos, não é uma panaceia para a mobilidade. Mas pode ser uma boa ferramenta para compor a grande rede de transporte sustentável que todos desejamos.
E vamos de magrela, com ou sem gravata.
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