Falta de rampas, sinalização, segurança e vagas de estacionamento exclusivas para cadeirantes. Essa é reclamação da Organização Não Governamental (ONG) Voluntários da Acessibilidade, que busca alterações de mobilidade urbana para cadeirantes em Uberaba. O grupo existe há quatro meses. Entre as ações que geraram resultado, está a instalação de uma rampa em frente ao próprio prédio da Prefeitura. O subsecretário de Infraestrutura, Antônio Cláudio Mendes Ribeiro, explicou que já está em andamento a abertura de uma licitação para obras que a ONG reinvidica. Ele disse ainda que um projeto antigo não foi executado por causa da implantação do Bus Rapid Transit (BRT), o que impedia a execução conforme previsto.
Apesar de alguns avanços, principalmente a conscientização da população, a presidente da ONG, Cláudia Maia, afirmou que falta adequação de prédios públicos, reforma de rampas retiradas, vagas de estacionamento na Avenida Prudente de Morais e sinalização adequada.
"Quando nós começamos esse projeto, a nossa preocupação era não termos a aceitação da população. Esperávamos apoio da Prefeitura e das autoridades locais, mas aconteceu o inverso", afirmou.
O subsecretário de Infraestrutura, Antônio Cláudio Mendes Ribeiro, explicou que já está em andamento a abertura de uma licitação para a construção de mil rampas na cidade. O processo deve ser concluído em aproximadamente 40 dias. "Existiu um projeto de acessibilidade que não foi levado em consideração por conta do projeto BRT, que muda todo o processo. Ele foi revisto e será executado conforme a demanda da população", disse.
Cadeirante atropelado
A ONG cobra melhorias tomando o exemplo de um homem morreu atropelado no Bairro Abadia. O vendedor Edmar Antônio de Oliveira, amigo dele e também cadeirante, contou que o semáforo não dá tempo suficiente para a travessia.
"Dois meses atrás um colega morreu atropelado. Aconteceu isso por não ter como andar na calçada e subir na rampa. Nós ficamos muito inseguros com isso ", disse.
O cadeirante Rodrigo Lima Campos diz também se sentir inseguro em trafegar pela cidade. Ele também reclamou que o avanço do comércio sobre as calçadas atrapalha muito. "Tem muitos comerciantes que deixam objetos de comércio na calçada. Tenho que sair da calçada e atravessar a rua para prosseguir minha trajetória", concluiu.
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