Após a implantação de ciclovias e ciclofaixas, e do Projeto Cidade Bicicleta, os soteropolitanos estão utilizando a bike com mais frequência. Seja para ir à faculdade, para o trabalho, resolver coisas do dia a dia ou simplesmente pelo lazer. A população elogia o que já foi feito, mas tem sede de mais.
Com os incentivos para usar a bicicleta na cidade, cresceu o número de mulheres que procuram por bike nas lojas. É o que afirma Eraldo Matos, dono da loja Erva Ciclo. “Antes o número de mulheres interessadas em bicicletas era muito pequeno, quase nada. Hoje aumentou em 20% a procura de bicicletas por mulheres”, disse.
“Depois do Salvador Vai de Bike, as pessoas começaram a acreditar que pode dar certo. Me surpreende pessoas de mais idade comprando bicicleta. Melhorou muito a procura. Alguns utilizam as bicicletas do Itaú, mas a procura é tanta que, em alguns momentos, não encontram nenhuma. Então estão procurando as lojas para comprar sua própria bicicleta”, afirma Eraldo.
Na Erva Ciclo o baiano pode encontrar bicicleta de todos os preços, variando entre R$ 400 a R$10 mil. Para quem tá começando, Eraldo Matos aconselha uma bike básica.
“Quanto mais leve e resistente, mais cara a bicicleta. Pra quem está começando a utilizar, é melhor uma bicicleta básica, em torno de R$300 a R$400”, disse.
A equipe de reportagem da Tribuna foi em alguns pontos da cidade observar o uso das bicicletas do Salvador Vai de Bike, e constatou que os baianos estão utilizando mais a bicicleta. O montador Lucas Alexandre Oliveira, 25, afirma que andar de bike é melhor que de ônibus.
“É um ótimo exercício para o fim de tarde, ainda mais com essa visão linda da orla. As bicicletas do Itaú melhoraram bastante a vida dos baianos. Dá pra resolver algumas coisas sem precisar pegar ônibus. Andar de bicicleta é muito melhor que andar de ônibus”, disse Alexandre.
“Às vezes venho de carro, estaciono e pego uma bicicleta para pedalar. O melhor de tudo é que é um preço bem acessível, e todos podem usar. Só dez reais por ano. Quem não tem dez reais por ano?”, indagou Alano Cavalcante, 26, enquanto passeava de bike pelo Jardim de Alah. O jornalista Nelson Rocha, Editor de Cidade da Tribuna, também aderiu à bike e chega ao jornal, situado na Rua Djalma Dutra, pedalando. “Aos domingos vou trabalhar de bicicleta por entender que é a melhor alternativa de transporte. É um dia de trânsito tranquilo no centro da cidade”, diz ele reside próximo ao Largo Dois de Julho.
Para alguns ciclistas, como o advogado Antonio Jorge, a bicicleta é um meio de transporte saudável e não poluente. Além de ser a solução sustentável para o trânsito caótico da cidade.
“Se tivéssemos mais vias, o trânsito iria desafogar. Eu gostaria de sair pra trabalhar de bicicleta, mas é arriscado se aventurar sem vias exclusivas e sem fiscalização intensa para multar os motoristas que não respeitam o ciclista. Os motoristas não respeitam a bicicleta. Eles precisam aprender que veículo não é apenas carro e moto”, desabafa Antonio.
Além de mais vias exclusivas, Antonio quer mais incentivo do Governo. “O IPI é um dos mais caros. É preciso voltar os olhos para essas questões”, informou.
Segundo informações do presidente dos Jabutis Vagorosos – grupo de ciclistas – nas regiões que existem ciclofaixas, o uso das bicicletas aumentou significativamente. “Testemunho isto. Na região da Barra e Ondina, também o número tem crescido. Quase não se via bicicletas circulando, exceto o mínimo. Hoje, em todos os horários, se vê bicicleta circulando, notadamente as laranjeiras do Itaú”, explicou Valdir.
A Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) informou, através da assessoria, que estão sendo implantados mais 3 km de via exclusiva para bicicleta na Avenida Pinto de Aguiar. Além disso, já foi dada a ordem de serviço para a obra nos corredores estruturantes do metrô.
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