Caminhar e pedalar até a Copa

Torcedores podem usar o transporte público, bicicletas ou, quando possível, ir a pé. Assim, o Brasil daria um belo exemplo de mobilidade sustentável ao mundo.

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa  |  Postado em: 04 de abril de 2014

Vamos de bike para a Copa

Torcedores chegam a um estádio na Inglaterra

créditos: Reprodução

 

A setenta dias do início da Copa do Mundo, as cidades brasileiras seguem com graves problemas de mobilidade, sem perspectivas de melhoria nos próximos meses. Das dezenas de projetos de transportes coletivos previstas na Matriz de Responsabilidade da Copa, poucos saíram do papel e somente devem ficar prontos ao longo de 2015, bem depois da Copa.

 

Assim, faz sentido a resposta dos leitores que participaram da Enquete realizada pelo Mobilize ao longo de março passado. A pergunta era: se nada foi realizado para melhorar o transporte público nas doze cidades-sede, então, o que o leitor achava que deve ser feito?

 

Mais da medade (52%) dos participantes optaram pela sugestão de "fechar ruas de acesso aos estádios, criar rotas para caminhar ou pedalar, e criar um sistema emergencial de ônibus/trens para os torcedores". A outra metade (48%) avalia que os torcedores podem encontrar o caminho dos estádios, bastando que as prefeituras sinalizem os caminhos ou decretem feriado nos dias de jogos.

 

De olho nas demandas por infraestrutura, várias delegações de potências estrangeiras têm visitado o Brasil nas últimas semanas. Ontem foi a vez da Holanda marcar seu gol, no Museu do Futebol, logo na entrada do Estádio do Pacaembu, aliás palco da Copa de 1950. Técnicos, empresários e políticos batavos vieram a São Paulo para apresentar soluções de mobilidade urbana aplicadas com sucesso nas cidades holandesas.

A melhor delas - e mais simples - é o estímulo ao uso da bicicleta, mola-mestra do modo de vida holandês contemporâneo. Rainha, ministros, artistas e jogadores de futebol circulam tranquilamente pelas ruas e estradas do país, todos os dias, com total segurança. A mudança começou nos anos 1970, depois de dezenas de protestos contra os atropelamentos de ciclistas no país. "Foi essa pressão popular que fez os governantes investirem na infraestrutura para a circulação segura dos ciclistas", explicou Mark Brussel, da Dutch Cycling Embassy.

 

E não é coincidência a maré de notícias sobre o incremento do uso das bikes também no Brasil. Nesta semana tivemos a informação sobre a luta pela isenção de impostos sobre as bicicletas, da criação de sistema de bikes compartilhadas em Aracaju e em Brasília, do plano de Curitiba para melhorar calçadas e implantar novas ciclovias na cidade, e notícias de Sorocaba  e Indaiatuba (SP), Rio Branco (AC) e São Luíz (MA). 

Enfim, há um vento favorável a quem pedala e caminha. 

E seria muito inspirador se pudéssemos ir junto, brasileiros e estrangeiros, aos jogos da Copa do Mundo usando a bicicleta e o transporte público. 

Bastaria criar faixas para pedestres e ciclistas, e instalar bicicletários ao redor dos estádios. A decisão está nas mãos das autoridades e das empresas que fazem e patrocinam a Copa do Mundo. E ainda dá tempo.


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