Felicidade e bem-estar na cidade: por uma vida ao ar livre

Estudos de renomados centros de pesquisa, nacionais e estrangeiros, atestam: "O ar livre já é boa medicina". Tema será discutido no Fit Cities SP, no próximo dia 16

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Fonte: Fit Cities São Paulo  |  Autor: Fit Cities São Paulo/ Mobilize  |  Postado em: 03 de abril de 2014

Vida ao ar livre: bom para a saúde

Vida ao ar livre: bom para a saúde

créditos: Reprodução

 

Quando se pensa em soluções para a saúde urbana imagina-se sempre mais hospitais, tratamentos, medicação e dietas rigorosas. Mas há uma concepção mais ampla do que determina nosso estado de saúde, corporal e mental. E desenvolver esta ideia no Brasil é o objetivo do movimento Fit Cities, uma iniciativa que vai reunir em São Paulo especialistas que atuam em campos de conhecimento que trabalham com esses conceitos. 

 

Na Conferência Fit Cities São Paulo*, organizada por USP Cidades e Cidade Ativa, que acontece no próximo dia 16 de abril na Biblioteca Brasiliana, na USP, será destacada justamente a necessidade de projetos replicáveis de boa prática em urbanismo, que interfiram diretamente nas condições de vida e de saúde da população em geral.

 

Áreas verdes e saúde mental

Espaços arborizados e verdes fazem bem à saúde mental, como já foi comprovado pelo estudo da Escola de Medicina da Exeter University, em Devon, Inglaterra. A pesquisa acompanhou pessoas durante cinco anos e comprovou os efeitos benéficos do contato com áreas verdes, comparando-o com o sentimento de felicidade de eventos efêmeros. Na mesma linha, investigações do centro Greater Good, da Universidade de Berkeley, que realiza estudos na áreas de neurociência, sociologia e psicologia com foco no bem-estar, comprovam que exercícios ao ar livre melhoram o otimismo e autoestima, colaborando para um bem-estar e satisfação consigo mesmo.

 

É conhecida a dificuldade de se ter acesso a áreas verdes e locais próprios para prática esportiva ao ar livre, mas os estudos citados apuram que períodos curtos de até 10 minutos de exposição ao ar livre e contato com áreas arborizadas já surtem efeito em nossa saúde mental, contribuindo por consequência para a saúde física em longo prazo. Isso significa que caminhadas rápidas ou uma passagem por uma praça já são comprovadamente ‘tratamentos médicos’.

 

O isolamento social, cada vez mais frequente nas grandes cidades, e as emissões de CO2 geradas por uma dependência cada vez maior do automóvel, têm contribuído muito para aumentar índices de mortalidade, conforme pesquisa da Universidade da Califórnia e do San Francisco Joint Medical Program publicada em novembro de 2013 no American Journal of Public Health.  

 

Este cenário é evidente ao analisar que de 1950 a 2008 a população da capital paulista aumentou em cinco vezes, enquanto a frota de veículos aumento em 80 vezes, fazendo com que 90% da poluição na cidade seja de responsabilidade dos automóveis, como aponta estudo da Unifesp da pesquisadora Simone Miraglia, engenheira especializada em transporte e ciências da saúde.

 

Informações como essa são úteis não apenas para médicos, mas também para aqueles que planejam e tomam decisões sobre os espaços públicos da cidade, podendo contribuir e incentivar bairros e cidades a priorizarem vias e locais mais agradáveis. Além de permitirem deslocamentos não motorizados, feitos de forma mais prazerosa e saudável, essas ruas e praças são locais de convívio e interação social. Tornam-se locais que valem a pena a atenção e o cuidado por parte dos cidadãos. 

 

Discutir a interdependência dessas questões é como observar uma grande rede onde as menores ações estão relacionadas e geram consequências. A partir daí surgem muitas oportunidades de mudança em nossas escolhas, tanto do cidadão como do gestor público. 

 

Sobre o Cidade Ativa

O Cidade Ativa é uma iniciativa de longo prazo que promove o movimento Active Design nas cidades brasileiras, vislumbrando oportunidades de transformações no ambiente construído que possam incentivar um estilo de vida mais ativo para os seus cidadãos. É composto por uma equipe internacional e multidisciplinar com experiência nas áreas de saúde, arquitetura, desenho e planejamento urbano. Seus membros fizeram parte da história de criação do Active Design Guidelines e já desenvolveram projetos para cidades ativas.


Sobre o USP Cidades

O USP Cidades é um centro de pesquisa, formação e difusão de soluções inovadoras para a gestão urbana no Brasil. Fórum permanente para interlocução de técnicos, gestores públicos e acadêmicos envolvidos com a temática urbana, a partir da pesquisa independente e de qualidade, busca incidir no debate público, transformando conhecimento em inovação na implementação de soluções urbanas, servindo como ponto de referência para a articulação entre a gestão pública, a pesquisa aplicada e o setor privado, para tratar dos principais desafios das cidades no país. 

 

Serviço

Fit Cities São Paulo

Quando: 16 de abril

Local: Biblioteca Brasiliana, Cidade Universitária, USP

Inscrições: pelo site www.cidades.usp.br

 

*A Conferência Fit Cities São Paulo é uma promoção do USP Cidades e Cidade Ativa, com parceria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP) e Faculdade de Medicina (FMUSP), e apoio do Mobilize Brasil, da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), da EMBARQ Brasil, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA). 


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Como construir cidades mais saudáveis? 



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