Uma delegação de técnicos e políticos holandeses desembarcou no Brasil para mostrar como o país conseguiu mudar o panorama da mobilidade urbana nos anos 1970 e integrar o uso da bicicleta às redes de bondes, metrôs, trens e barcos.
O encontro aconteceu na manhã desta quinta-feira (3), no Museu do Futebol, estádio do Pacaembu, em São Paulo. O evento foi aberto pelo embaixador da Holanda no Brasil, Kees Rade, que explicou a ideia do seminário, em função do destaque que o país ganhou com a realização da Copa do Mundo de 2014.
A vice-ministra de Infraestrutura e Meio Ambiente da Holanda, Wilma Mansveld, destacou a importância das cidades, que hoje reúnem a maior parte da população do mundo. Lembrou que São Paulo é realmente uma cidade desafiadora, porque contém em uma única região urbana toda a população da Holanda.
Na plateia, estavam cicloativistas e dirigentes de organizações que trabalham pela mobilidade urbana, representantes de várias cidades brasileiras, como Maringá, São Paulo, Rio de Janeiro, Santos, S. José dos Campos, Salvador e Sorocaba, além do secretário de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Júlio Santos.
Bicicletas do sistema Bike Sampa vestida à holandesa: tudo laranja
Na entrada do auditório, um renque de novíssimas bicicletas do sistema BikeSampa, vestidas com as marcas da Dutch Cycling Embassy (www.dutchcycling.nl), organização que trabalha para estimular o pedalar urbano ao redor do mundo. Tudo laranja, cor nacional da Holanda, e cor das bicicletas patrocinadas pelo banco Itaú. Feliz coincidência.
O arquiteto e designer Jorn Konijn apresentou um panorama sobre como os holandeses utilizam as bicicletas em seu dia-a-dia: 90% das pessoas usam bikes em seus deslocamentos diários, disse ele. Como exemplo, o especialista mostrou imagens de autoridades holandesas, como a família real, ministros e secretários de estado indo ao trabalho pedalando.
Jorn Konijn: 90% dos holandeses usam bikes
Konijn mostrou exemplos interessantes de bicicletas especialmente desenhadas para crianças, idosos, carregamento de cargas, e até bares montados sobre quadriciclos movidos a pedal. E destacou os tempos gastos por ele próprio, de sua casa, em Roterdã, até o trabalho, teatros, escolas, estações de trem etc. São sempre, 5 a 15 minutos de pedalada pelas ciclovias de lá. E mesmo para chegar ao aeroporto são 18 minutos, com a bike dentro dos trens.
O encontro teve seguimento com uma série de apresentações de empresas holandesas: Tom Tom, Imtech, Arcadis Logos, Royal hasconing DHV, TNO e Philips.
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