Foi adiada nesta segunda-feira (31) pelos vereadores de Curitiba a votação do projeto de lei que exclui o metrô da atual organização do Sistema de Transporte Coletivo da cidade de Curitiba, informou o G1. A proposta deve voltar ao Plenário na quarta-feira (2).
Pela proposta, o poder público terá autonomia para criar regulamentação própria para o modal. O pedido de adiamento foi solicitado por Pedro Paulo (PT), líder do prefeito Gustavo Fruet (PDT) na Câmara, que avaliou que a votação deveria ocorrer depois da audiência com o secretário municipal de Administração e Planejamento, Paulo Scatolin, marcada para as 16h30 da tarde de ontem (31).
A Linha Azul do metrô de Curitiba terá 17,3 km de extensão, ligando a Cidade Industrial de Curitiba (CIC) ao Cabral, no eixo Sul-Norte da cidade. As obras devem começar em julho. Posteriormente, há a intenção de estender o trajeto até o bairro Santa Cândida. O projeto prevê que o tempo médio de trajeto entre a CIC e o Centro seja de 14 minutos, e de mais 14 minutos de Centro até o Cabral. Do total do percurso, 2,2 quilômetros devem ser elevados. Os trens do metrô devem ser automatizados e movidos à energia elétrica, sem a presença de motoristas. Segundo a prefeitura, o modelo permitirá uma maior frequência dos trens, diminuindo o tempo da viagem. Por medida de segurança, o acesso dos passageiros aos trens só será aberto, por uma porta automática, quando o trem estiver já parado sobre o trilho das estações.
De acordo com o Executivo municipal, que é autor do projeto, a alteração é necessária para indicar que as regras atuais do transporte público da cidade não serão as mesmas a serem aplicadas ao metrô. O secretário de Administração e Planejamento da Prefeitura de Curitiba, Fábio Scatolin, explica que a lei vigente foi pensada apenas para o modal sobre pneus. "Essa legislação não dá conta de entender o modelo multimodal que está sendo planejado para Curitiba", afirmou ao G1.
Segundo Scatolin, o objetivo da administração é evitar futuros questionamentos e polêmicas envolvendo o tema. Uma nova lei de mobilidade, que deve contemplar todas as normas envolvendo o metrô, deve ser proposta ainda no primeiro semestre, antes da assinatura do contrato com a empresa vencedora da licitação. Scatolin informou que a nova legislação não deve envolver aspectos relacionados à tarifa do metrô. "O metrô só deve ficar pronto daqui quatro anos e meio. Até lá, temos tempo para trabalhar com pesquisas e informações - não tem pressa para isso", concluiu.
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