O auxiliar de serviços gerais Valdir Pelaes, de 50 anos, diz que atravessa Macapá de bicicleta, todos os dias, para ir ao trabalho. Ele mora no bairro Beirol, na Zona Sul, e pedala até o bairro Amazonas, na Zona Norte da capital. No percurso, o trabalhador diz 'sofrer' pela falta de espaço exclusivo para os ciclistas. Segundo a prefeitura de Macapá, existem na cidade 3,1 km de ciclovias, que são faixas separadas fisicamente das ruas; e 8,8 km de ciclofaixas, espaços pintados no piso, sinalizando onde os ciclistas devem circular.
“Macapá deveria ter mais espaços pra gente em todos os lugares, principalmente nas ruas e avenidas movimentadas da cidade, onde sofremos bastante por não ter uma faixa exclusiva”, reclamou Pelaes, que disse ter sofrido dois acidentes enquanto pedalava pela cidade.
Macapá ocupa a posição 22 no ranking entre as 26 capitais brasileiras que possuem as maiores malhas de ciclovia. Rio de Janeiro ocupa primeira a posição com 361 km.
Autônomo Martimiliano Dias reclama da falta de espaço para ciclistas (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Para o autônomo Martimiliano Dias, de 51 anos, se houvesse o aumento das faixas para ciclistas, a rotina no trânsito seria diferente. “Se mais ruas tivessem ciclofaixas, a gente deixaria de conduzir a nossa bicicleta com medo de sofrer um acidente, porque os motoristas dos carros não respeitam a gente como deveriam quando estamos dentro das nossas faixas”, frisou o ciclista.
Atualmente, apenas as avenidas Tancredo Neves (2,5 km) e Francisco Azaria da Silva possuem ciclovia (600 metros). O restante dos espaços destinados a bicicletas são ciclofaixas, existentes na Rua Hamilton Silva (3 km), Av. Feliciano Coelho (2 km) e Rua Claudomiro de Moraes (3,8 km).
Modelo de ciclofaixa a ser implantado em Macapá, segundo projeto da prefeitura (Foto: Divulgação/CTMac)
A fim de reverter o quadro, a Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac) informou ter dois projetos de ampliação de faixas destinadas a ciclistas na capital. Um deles está orçado em R$ 785 mil e prevê implantação de ciclofaixa na orla da cidade, com extensão de 6 km. O outro deverá atender à necessidade de nove bairros de Macapá, tendo 18 km de extensão orçados no valor de R$ 2,5 milhões, conforme projetou a autarquia.
“A intenção é que façamos ciclofaixas de mão e contramão nos moldes dos códigos de trânsito, com a pintura toda na cor vermelha para tentar inibir a invasão dos veículo por cima delas”, disse a diretora-presidente da CTMac, Cristina Baddini.
Apesar de ter projetos, a prefeitura diz não ter prazo para implantar as ciclofaixas nas vias de Macapá por causa da falta de recursos. A intenção é conseguir dinheiro através de verbas federais. “Não temos ainda um financiamento para uma rede cicloviária, que é muito importante para a cidade”, comentou a diretora-presidente.
Paralelo à busca por recursos federais, a CTMac garante anteder os ciclistas de forma indireta, colocando sinalização vertical em ruas e avenidas de Macapá para diminuir a velocidade dos carros particulares e evitar acidentes com ciclistas. “Reduzimos a velocidade do trânsito de 60 para 50 km por hora dentro da cidade”, concluiu Cristina Baddini.
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