Pesquisa divulgada hoje (10) pelo Metrô de São Paulo revela que, nos últimos cinco anos, o modo de deslocamento dos moradores da Região Metropolitana passou por uma curiosa transformação: assim, enquanto a população de renda mais baixa está usando mais o automóvel, as famílias de renda mais alta vêm adotando mais o transporte coletivo. Além disso, nessa faixa de alta renda houve um aumento de viagens não motorizadas, ou seja, a pé e de bicicleta.
Os dados constam da "Pesquisa de Mobilidade da Região Metropolitana de São Paulo (2012)", que realizou entrevistas em 8.115 domicílios, no período de agosto-dezembro de 2012, e março-abril de 2013. Atualizada a cada cinco anos, a pesquisa faz um comparativo da mobilidade urbana de São Paulo entre 2007 e 2012.
No total, o levantamento chegou ao número de 43,7 milhões de viagens diárias na RMSP, por todos os modos (crescimento de 15% em relação a 2007). Destas, 29,7 milhões são viagens realizadas por modo motorizado e 14 milhões por modo não motorizado. As viagens por modo coletivo cresceram 16%, e as por modo individual, 21%.
Viagem sobre trilhos
Entre os indicadores globais, a pesquisa permite saber que houve um aumento da participação do transporte sobre trilhos entre os modos de viagem; que a frota de veículos particulares cresceu 18% (4,2 milhões em 2012, excluídas frotas de empresas, táxis e ônibus) entre 2007 e 2012; que a taxa de motorização passou de 184 para 212 automóveis particulares por 1.000 habitantes; e que as viagens, por todos os modos, cresceram mais que a população (15% e 2% respectivamente).
Nas observações finais, é possível saber, por exemplo, que houve uma reorganização das viagens e um aumento da participação do transporte sobre trilhos; que mudanças na flutuação horária aconteceram, com a hora intermediária do meio-dia superando o pico da manhã e da tarde, entre outras conclusões.
Segundo Jurandir Fernandes, secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, a explicação para essa mudança no modo de locomoção das faixas mais pobres da população estaria na política de incentivos do governo federal e nas facilidades no financiamento de motos e carros nos últimos anos. Já a opção dos mais ricos pelo transporte coletivo e não motorizado teria relação com uma tendência comportamental no mundo todo, em que o carro se mostra incompatível com a qualidade de vida urbana e associado à poluição ambiental, acidentes, mortes no trânsito e perda de tempo.
Veja a pesquisa na íntegra na seção Estudos do Mobilize.
Para mais informações sobre a pesquisa, acesse o site do Metrô de SP.