Com mais de 50 bairros, a capital de Roraima, no norte do país não dispõe de nenuma infraestrutura em boas condições de funcionamento destinada especificamente aos ciclistas. No bairro Asa Branca, zona oeste de Boa Vista, por exemplo, há uma ciclovia abandonada, utilizada para estacionamento de automóveis.
Agora, a expectativa da cidade é mudar esta situação, até o ano de 2015. A Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (EMHUR) de Boa Vista pretende construir 44,6 km de ciclovias na cidade, para interligar os bairros mais periféricos, na zona oeste, aos bairros mais nobres, na zona leste. A proposta é construir um trajeto que atenda a cerca de 30 bairros da capital. Entre os equipamentos previstos, há a construção de 50 bicicletários.
Para ciclistas da capital, a situação é complicada. Felipe Costa, estudante de contabilidade da Universidade Federal de Roraima (UFRR), vai todos os dias à instituição de bicicleta. “Sair a pé é menos perigoso, mas pela falta de árvores e de sombra, o sol é o principal problema. Indo de bicicleta, o tempo para chegar é mais curto, mas o trânsito se torna um inimigo. Não temos um espaço seguro”, afirmou.
De acordo com o presidente da empresa, Edgar Magalhães, a construção de ciclovias é um dos principais pontos dentro do Plano de Desenvolvimento Urbano de 2014. Serão R$ 68 milhões destinados à adequação de 8 corredores de trânsito, melhorias das Avenidas principais, incluindo asfalto, sinalização e calçadas, criação de quatro novas ligações viárias (pontes). O aporte ainda será direcionado à construção de 850 paradas cobertas de ônibus e substituição de 320 antigas, além de instalação de corredores privativos para ônibus e, principalmente, a construção das ciclovias.
“O Ministério das Cidades aprovou o projeto e há 15 dias, aproximadamente, assinamos um convênio com a Caixa Econômica Federal. A burocracia agora é a aprovação dos projetos de base, executivo e depois licitação”, explicou o presidente. A previsão é que as obras iniciem no fim deste ano para o início de 2015.
Ainda de acordo com Magalhães, Boa Vista conta atualmente com quatro clubes de ciclistas. No entanto, o futuro espaço destinado a eles não será apenas para o lazer, mas, principalmente, para compor a malha viária da cidade. “Nossa intenção é fazer o cidadão ter acesso à cidade de forma segura. A circulação será maior e a poluição menor. As pessoas poderão usar o espaço para ir ao trabalho, por exemplo, e não só para exercícios”, ressaltou.
Ciclovia abandonada
A única ciclovia da capital roraimense encontra-se abandonada e sem sinalização. Segundo o presidente, o descumprimento de normas de trânsito, como o vício de estacionar em calçadas, e falta de costumes foram fatores que contribuíram para o abandono do espaço. “Antes de implantar uma ciclovia, precisamos realizar campanhas e ações de educação no trânsito e respeito aos ciclistas. As pessoas precisam antes aprender a utilizar o espaço para que dê certo”, afirmou.
Acidentes
De acordo com dados de 2013, do Departamento Estadual de Trânsito de Roraima (Detran/RR), 182 ciclistas foram vítimas de acidentes de trânsito no Estado durante todo o ano passado. Os meses de maio e agosto foram os que mais registraram acidentes (25 vítimas). Em segundo lugar, o mês de abril (24 vítimas) e em terceiro o mês de março (22 vítimas).
Contribua você também
Antes de iniciar as obras de construção das ciclovias, a Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) destinou um espaço no site para que as pessoas, principalmente ciclistas, contribuam com sugestões. A consulta pública é aberta na Internet, recolhe sugestões e comentários sobre a construção de calçadas e ciclovias em Boa Vista. De acordo com a PMBV, a participação popular será avaliada e as sugestões poderão integrar o Plano de Mobilidade Urbano e de Acessibilidade da cidade.
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