O G1 foi à Avenida Rio Branco, no Bairro do Recife, saber o que as pessoas que transitam pela região acham sobre o projeto do governo municipal que vai limitar o acesso de carros na via. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (20) e, logo após o Carnaval, vai ser gradualmente implantada. A maior parte dos entrevistados gostou da ideia, que vai priorizar o uso para pedestres e meios de transporte não motorizados.
A supervisora Daiane Romeiro trabalha no Bairro do Recife e acredita que a mudança será benéfica. "Acho uma boa ideia, pois isso aqui vai se transformar em mais um espaço de lazer para a cidade. Só espero que as paradas [de ônibus] não fiquem muito longe", comentou. Segundo a Prefeitura municipal, 25 linhas passam pelo local, atualmente.
Essa é a mesma preocupação das operadoras de telemarketing Jéssica da Silva e Jusseli Soares. Ambas trabalham no Bairro do Recife e usam ônibus como meio de transporte. "É sempre bom coisas para o pedestre e, se a parada de ônibus ficar próxima, melhor ainda. É bom que as pessoas vão poder andar de bicicleta, skate, sem se preocupar com carro", disse Jéssica. "Os motoristas vão reclamar porque essa avenida era um atalho para eles aqui no Centro. Toda mudança no começo incomoda, mas a gente tem que se adaptar", completou Jusseli.
O taxista Marcos Viana, que faz ponto na Rio Branco, apontou outra situação em que ele prevê desconforto com a alteração. "Eu tenho passageiros que trabalham aqui que mal se locomovem com cadeira de roda e eu deixo na porta do trabalho. Como será para eles? Também acho que vai engarrafar ao redor porque as ruas são estreitas. O trânsito já é ruim e a gente não vê guarda. Não vi vantagem nenhuma", opinou.
Já comerciantes da área aguardam o projeto com boa expectativa, como o vendedor André Souza, que trabalha em um quiosque de caldo de cana. "Disseram que vão manter as nossas barracas aqui. Acho que as vendas vão aumentar durante a semana, como já acontece no sábado e domingo. Só espero que coloquem segurança", ponderou.
Edson Cruz vive em Salvador, na Bahia, e durante o Carnaval coloca para funcionar uma casa de acarajé na avenida. Ele até já considera deixar o ponto aberto fixamente. "Se o movimento crescer mesmo, pode valer a pena. Isso será bom não só para nós [comerciantes], mas para a própria população, que terá mais uma área de lazer", apontou.
É o que pensa também a turista carioca Marcela Gramático. "Acho sempre muito bacana esses projetos porque mudam o conceito do espaço público, priorizando o pedestre, o lazer, criando um espaço de interação, pois a cidade é isso", resumiu.
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