O novo sistema de sinalização que está sendo implantado nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha só deve ser concluído em 2015. Em 2008, O Metrô de São Paulo assinou um contrato com a empresa Alstom por mais de R$ 700 milhões, valor não corrigido, entretanto o serviço até hoje não foi finalizado - e deveria estar pronto em 2012.
Apenas na linha 2, a nova tecnologia funciona entre Vila Prudente e Sacomã todos os dias, e na linha completa até Vila Madalena aos domingos.
O CBTC, sigla em inglês para Controle de Trens Baseado em Comunicação, resultaria em 20% a mais de trens para o sistema, diz o diretor do Metrô, Mário Fioratti Neto ao jornal Folha de S. Paulo. Na linha 3, por exemplo, o intervalo deve ser reduzido de 105 para 90 segundos.
Sobre o atraso, a companhia afirma ter aplicado multas à Alstom e que tenta resolver a situação com a mediação de um comitê de arbitragem, tipo de conciliação sem recorrer à Justiça. De acordo com o diretor, a estratégia foi implantá-lo primeiro em uma linha de menor movimento para depois adaptá-lo às demais. Após finalização da implementação do sistema no ramal verde, ele deve ser inserido nas linhas 1 e depois na 3.
A linha 4-Amarela já conta com a nova funcionalidade. Os ramais 5-Lilás e 15-Prata devem ter também a funcionalidade.
Entenda a nova tecnologia
No trecho abaixo, extraído de um artigo de 2004 da revista Brasil Engenharia, o engenheiro Marcelo Zugaiar explica o que é o sistema CBTC e a nova sinalização nele baseada:
"Os sistemas de controle de trem baseado em comunicação (CBTC) de rádio vieram para substituir os sistemas tradicionais baseados em circuitos de via e sinais de equipamentos de via. Os sistemas CBTC fornecem uma economia na instalação e manutenção da parte de via do sistema, transferindo muito da inteligência para o trem. Com o novo tipo de sistema, também existem novos conceitos de sinalização, uma possibilidade de aumento de capacidade de tráfego e uma nova solução para o gerenciamento do mesmo.
Sinalização tradicional e por sistemas CBTC
Tradicionalmente, sistemas de sinalização, tanto para transporte de massa como de carga, têm confiado em circuitos de via para detecção da posição do trem e sinais de luz para dar as instruções ao condutor sobre como trafegar e a qual velocidade. A via era dividida fisicamente em seções e cada seção era “guardada” por um sinal que restringia o acesso a esta seção da linha se esta já estivesse ocupada por um trem. Um trem normalmente provoca um curto circuito na parte da linha onde ele se encontra e fornece a sua posição para os equipamentos de sinalização.
Com tecnologia mais avançada, torna-se possível instalar circuitos de via que não precisam que a via seja fisicamente cortada, chamados de circuitos de via “jointless” (sem juntas isolantes). Isto resultou em economia na manutenção de via, mas fora isto, o sistema básico é o mesmo, mesmo que em alguns casos as informações de sinalização dos equipamentos de via sejam enviadas ao condutor dentro da cabina."
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