O futuro da mobilidade está nos pés

Em 1939, o futuro era a cidade para os carros. Deu no que deu.
Leia o editorial do Mobilize Brasil

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Fonte: Mobilize Brasil  |  Autor: Marcos de Sousa  |  Postado em: 07 de fevereiro de 2014


Nesta semana, assistimos a uma apresentação do pesquisador Lincoln Paiva que lembrou a mostra "Futurama, construindo o mundo de amanhã", de 1939. A exposição foi organizada pela General Motors, durante a Feira Mundial de Nova York, para mostrar aos cidadãos do mundo como seriam as cidades por volta de 1960, quando o automóvel seria a principal forma de transporte. A "futurama", de fato, virou realidade, com suas autopistas repletas de carros, em todas as partes do mundo. Mas as pessoas, ao contrário do que imaginavam os homens de 1939, não estão felizes e sorridentes no interior de seus carros e nem fora deles.
 

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Futurama, 1939: a cidade pensada para o carro virou realidade. E agora?

Nesta mesma semana, publicamos um texto sobre a interessante exposição "Direito de Passagem, Mobilidade e Cidade", em cartaz na Sociedade de Arquitetos de Boston (EUA). A mostra, que  segue aberta ao público até maio próximo, reúne informações sobre inovações tecnológicas que poderão otimizar o ir e vir nas cidades. E também se debruça sobre o modo como os humanos - serão mais de 5 bilhões nas cidades até 2030 - ocupam e se movem nos espaços urbanos.


A cidade do futuro, ensina a exposição, até poderá ter carros voadores, mas provavelmente a maior parte das viagens será feita a pé, de skate, bicicleta, metrô, ônibus e bondes elétricos, sem fios, como revela o miniartigo de nosso colaborador Cláudio Mantero, de Portugal. Ou, ainda, por meio de carros compartilhados, como aponta a iniciativa posta em prática no Recife, uma das primeiras cidades no Brasil a utilizar carros elétricos e aplicativos para a localização dos veículos disponíveis.


A propósito, o governo do estado de Pernambuco anunciou ontem um plano para dotar a capital de 590 km de ciclovias nos próximos dez anos. A proposta envolve o investimento de 354 milhões de reais, parte da Prefeitura do Recife, parte do Estado. É uma boa notícia e esperamos que não seja apenas mais um factoide publicitário pré-eleitoral.


Mais ao norte, em Belém, ciclistas e pedestres criticam a estranha obra realizada pela Prefeitura local, que instalou uma faixa de asfalto sobre a calçada de uma avenida como forma de estimular o compartilhamento do pavimento entre andantes e pedalantes. A novidade não agradou ninguém, e em tempo, a Prefeitura anunciou que a obra ainda não está pronta. Vamos aguardar.

 

De São Paulo vem a notícia de que o site Catraca Livre e o pessoal do aplicativo Colab irão publicar um relatório sobre a (má) situação das calçadas na capital paulista. O mapa foi elaborado a partir da colaboração de voluntários, que postaram fotos e comentários sobre os passeios públicos da cidade, tal como fez o Mobilize entre 2012 e 2013.

 
Os organizadores também pretendem entregar este novo relatório ao prefeito da cidade, Fernando Haddad. Esperamos que desta vez ele leia os dois documentos e inicie já uma ampla campanha para melhorar este importante item da mobilidade urbana. Óbvio demais?

 

Cidade futurista, segundo a Audi: bicicletas de al

Futuro segundo a Audi: bikes, metrôs e...carros!

créditos: Höweler+Yoon Architecture

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