Pessoas com mobilidade reduzida sofrem com as calçadas de Taubaté (SP)

Assistente social criou página em rede social para discutir o assunto. Prefeitura diz que tem estudo na área, mas não informa outros detalhes

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Fonte: G1 Vale do Paraíba e Região  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 03 de fevereiro de 2014

Cadeirante tem dificuldades para passar em calçada

Cadeirante tem dificuldades para passar em calçada

créditos: Reprodução/TV Vanguarda

 

A falta de manutenção das calçadas e os obstáculos verticais nas ruas do bairro Vila São Geraldo, em Taubaté (SP), fizeram uma assistente social da cidade que usa cadeira de rodas recorrer às redes sociais para tentar ser ouvida. Gabriela Carvalho, que não tem os movimentos das pernas por conta de uma paralisia cerebral, criou uma página na internet para discutir a mobilidade, que é motivo de reclamação na cidade por quem tem dificuldades de locomoção.

 

Em grande parte dos corredores na região onde a assistente social vive, inclusive nos cruzamentos, não há rampa de acesso. Na passagem de pedestre, que é estreita, são necessárias várias manobras para passar pelo poste de energia. Isso com a ajuda da mãe, porque sem ela guiando o risco aumenta. "Já caí na rua também, mas minha sorte é que minha mãe está junto e acaba me ajudando. Teoricamente, seria algo seguro, mas é onde a gente corre mais risco de se machucar por causa do estado das calçadas. A gente se sente realmente excluída, a gente não pode participar da sociedade, perde o direito de ir e vir", diz Gabriela.

 

A cadeirante afirma que seu maior desejo é conseguir percorrer as vias públicas sem precisar depender o tempo todo da mãe, que também assegura querer o mesmo. "Passa uma vida toda investindo no desenvolvimento da pessoa com mobilidade reduzida ou com deficiência. Então, é fisioterapia, terapia ocupacional, psicóloga, porque a gente quer que os nossos filhos se tornem independentes e prepara isso na parte específica e ela não tem como conseguir essa independência nos ambientes públicos", relata a mãe Mônica Carvalho.

 

Sobre a página na internet, a cadeirante conta que o debate sobre o tema da mobilidade está trazendo benefícios. "Está tendo uma resposta boa do pessoal, porque eles comentam, eles pedem sugestão de alguma informação a mais sobre alguma deficiência. Então, eu percebo que o ‘Quero Acesso’ está ajudando outras pessoas", afirma.

 

Além de Gabriela há muitas outras pessoas com dificuldades de locomoção em Taubaté. O aposentado Antero dos Santos, teve uma perna amputada e só consegue caminhar a passos lentos. O morador do bairro Bonfim, precisa contar com o bom senso dos motoristas para atravessar de um lado para o outro da Avenida Charles Schnneider. No trecho não existe faixa de pedestre ou qualquer outro tipo de sinalização. "A travessia é difícil, o acesso dessa calçada é difícil. Ali é um ponto de ônibus e não tem que indique que é um ponto de ônibus. Não tem faixa de segurança, não tem rebaixe de canteiro, não tem nada que indique," reclama.

 

Outro lado

A Prefeitura de Taubaté explicou, por meio de nota, que tem um estudo para melhorar as ruas e calçadas, mas não deu nenhum detalhe, nem datas para as melhorias. Sobre a Avenida Charles Schneider, a explicação é de que o trecho do bairro do Bonfim é uma rodovia estadual e, por isso, compete ao DER sinalizar o trecho.

 

O DER informou que está fazendo a licitação das obras. O projeto prevê a recuperação da pista, dos acostamentos, acessibilidade e sinalização especial. As obras devem começar em seis meses.

 

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