No Rio de Janeiro, a novidade no turismo é um passeio a bordo de um veículo que roda em terra como ônibus – mas também navega como um barco na Baía de Guanabara. O repórter André Trigueiro foi conhecer o primeiro ônibus anfíbio do Brasil.
O passeio começa em terra firme. O ponto de encontro é na Urca, perto da estação do bondinho do Pão de Açúcar.
Quando o ônibus aparece, não dá para perceber ainda do que ele é capaz.
“Eu estou com expectativa muito grande porque pela primeira vez que vou andar em um ônibus dentro do mar, né?”, disse a professora Eliene Pacheco, antes do passeio.
“Já fiz um em Portugal, era legal, mas tenho esperança que com esta vista vai ser ainda melhor”, diz o engenheiro eletrônico Michel de Castro.
A capacidade máxima é de 28 pessoas a bordo. Pelo caminho, algumas das mais belas paisagens do Rio de Janeiro.
Na chegada à Marina da Glória, é hora de substituir o condutor. “Sou piloto de asfalto, agora é com o marinheiro”, diz o motorista Jorge Luiz Caldevilla, na hora da troca. “Daqui para frente é comigo, eu que comando”, confirma o marinheiro.
E começa o momento mais esperado do passeio: o ônibus segue viagem pelas águas da Baía de Guanabara. Serão duas horas de aventura a bordo do primeiro ônibus anfíbio do Brasil.
Difícil não estranhar o impacto, logo que o ônibus entra na água: é quando o veículo vira barco.
“É muita diversão, você fica esperando, de repente, entra toda a água assim, é muito bom”, atesta a estudante Mariana Pereira.
O motor que antes movimentava as rodas agora faz girar uma hélice. A velocidade não ultrapassa os oito quilômetros por hora.
Para que ir mais rápido se há tanta vista bonita para conferir? São 40 minutos de deslumbramento pela Baía de Guanabara.
“Muito diferente poder estar no mar dentro do ônibus. Nunca imaginei fazer isso aqui no Rio de Janeiro”, diz o engenheiro Breno Pinheiro. “Melhor coisa, fugir do trânsito do Rio. Estar no mar ainda, curtindo o visual, não tem preço”.
“No asfalto, sua, aqui é um ar refrescante, maravilhoso”, conta a dona de casa Maria da Graça Cardinale.
Para transformar um ônibus convencional movido a diesel com tração nas quatro rodas na primeira versão anfíbio do Brasil foram investidos R$ 2 milhões nos últimos cinco anos. A tecnologia é 100% brasileira.
A experiência do Rio de Janeiro deverá inspirar projetos semelhantes em outras cidades do país. “Brasília, Paranoá, acho que é bem legal, é um lugar quente como o Rio, muito gostoso; e Florianópolis”, revela o empresário Ilídio Soares.
“Adorei, a paisagem é muito, muito linda aqui no Rio. Eu gostei, muito bom”, diz o turista que já havia viajado em ônibus anfíbio em Portugal, após o passeio na capital fluminense.
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