O impacto da mobilidade urbana sobre a vida do paulistano foi avaliado em uma pesquisa da Home Agent, que também indicou outros pontos, positivos e negativos, da cidade de São Paulo, como segurança, poluição e estresse. A empresa que realizou a pesquisa, do segmento de call center, atua em São Paulo desde 2010, e tem como diferencial utilizar funcionários que trabalham em casa.
Realizada durante os meses de outubro e novembro, a pesquisa ouviu 210 pessoas, quase a totalidade das classes A e B, com nível superior. O trânsito foi apontado como aspecto negativo da cidade por 85% dos entrevistados, só abaixo da violência e insegurança que ficaram em primeiro lugar, com 85,7% das respostas. Em seguida, vem o estresse (32,1%) e a poluição (31,6%), como pontos ruins de viver em São Paulo. Entre os pontos positivos, o mercado de trabalho aparece em primeiro lugar (64,7%), seguido da ampla diversidade cultural (61,7%), variedade de serviços e negócios ofertados aos moradores (46,6%) e importantes instituições de ensino (36,8%).
A pesquisa também avaliou o meio de transporte mais utilizados durante a semana. Os entrevistados apontaram o carro particular como o mais usado (30%). Na sequência, ônibus e metrô (20,3%), metrô, ônibus e trem (15%) e apenas ônibus (8%). Cerca de 60% dos entrevistados disseram que utilizam o transporte público em seus deslocamentos diários como meio de transporte principal.
De forma geral, a avaliação é de insatisfação em relação à principal forma de transporte utilizada durante a semana - 43% dos entrevistados se dizem insatisfeitos. Na análise por região da cidade, os moradores da zona leste apresentam maior grau de insatisfação média. A região que apresentou a melhor avaliação média foi a zona oeste.
A pesquisa também questionou qual seria o tempo considerado como "justo" ou ideal para realizar os deslocamentos diários considerando, por exemplo, a ida e volta ao trabalho durante a semana. O estudo apontou que o tempo médio ideal seria de 51 minutos. A pesquisa constatou que realidade prática é bastante diferente. O tempo médio gasto em deslocamento na cidade é mais que o dobro do tempo apontado como ideal, totalizando cerca de 1 hora e 50 minutos.
A qualidade de vida também foi um dos itens avaliados pelos entrevistados. A média ficou em 3,26 - o número 3 é a divisão entre posicionamentos negativo e positivo.
"O impacto da mobilidade urbana resulta em uma influência negativa sobre a qualidade de vida. A relação negativa desse impacto é direta sobre a produtividade dos moradores da cidade sob a ótica de 81,2% dos entrevistados", afirma André Guastalle, analista de Inteligência de Mercado da Home Agent e coordenador da pesquisa.
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