SP: Rede de trilhos deve dobrar em cinco anos

"O crescimento dos trilhos tem sido maior que o sobre as rodas", diz o secretário de transportes metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes

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Fonte: Valor Econômico  |  Autor: Roberto Rockmann  |  Postado em: 24 de janeiro de 2014

Nos trilhos de SP, 7 obras estão em andamento

Nos trilhos de SP, 7 obras estão em andamento

créditos: Divulgação

 

São Paulo poderá ter ao longo dos próximos cinco anos a maior expansão da história de sua rede metroferroviária. A malha, hoje com cerca de 330 km de trilhos, poderá pular para pouco mais de 450 km, com sete obras em andamento e uma prestes a iniciar seu andamento. A maior parte desse acréscimo se dará no Metrô e monotrilhos, cuja extensão deverá pular dos atuais cerca de 70 km para pouco mais de 150 km, sendo que pela primeira vez os passageiros que transitam em São Paulo terão os trilhos como opção para chegar aos dois principais aeroportos da capital paulista, Congonhas e Guarulhos.

 

Essas obras de expansão somarão mais 78,2 km à rede metroferroviária, com novas opções de conexões e de trajetos à disposição da população. Para atender à crescente demanda, os investimentos, para o período 2012-2015, chegam a R$ 45 bilhões. Com essa expansão, os trilhos deverão aumentar o número de passageiros transportados, para cerca de 12 milhões a 13 milhões de pessoas por dia, em média, até 2020. Em 2013, esse número chegou a pouco mais de 7,6 milhões de passageiros. Há 18 anos, eram pouco mais de 2,5 milhões de pessoas transportadas por dia por trilhos na malha metroferroviária do Estado. “O crescimento dos trilhos tem sido maior que o sobre as rodas”, diz o secretário de transportes metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes.

 

Não são apenas os trilhos que terão expansão. O transporte sobre rodas poderá assistir a um forte avanço de pistas exclusivas para ônibus. No fim de dezembro, a prefeitura assinou contrato com o Ministério das Cidades que prevê o investimento de R$ 2 bilhões em quase 100 km de corredores expressos de ônibus a serem implementados no município. Uma das obras que estão saindo do papel é o corredor Inajar de Souza, com 14,6 km de extensão e que fará a interligação entre uma das principais vias da zona norte com o centro. Os veículos a rodarem nesse trecho serão ônibus biarticulados que irão circular em pistas exclusivas. Com custo estimado em R$ 169 milhões, ele deverá estar em operação em junho do próximo ano. Cerca de 10% da obra já foram executados.

 

Além desse empreendimento, serão financiados o corredor Capão Redondo-Campo Limpo-Vila Sônia e M’Boi Mirim- Santo Amaro e três trechos da Radial Leste, uma das principais vias de ligação entre a zona leste e o centro. A expectativa é de que as obras sejam iniciadas após o fim do período das chuvas. Esses novos corredores correspondem a cerca de dois terços dos 150 km de corredores previstos no Programa de Metas 2013-2106 da prefeitura.

 

Segundo o secretário de transportes, o sistema metroferroviário paulista bateu recorde de passageiros transportados em 2013: foram cerca de dois bilhões de usuários. Esse volume representa mais de 75% de todas as pessoas transportadas por trens e metrôs em todo o Brasil. O crescimento em relação a 2012 foi de 3,5%.

 

O governo estadual promete fazer, em menos de dez anos, a mesma quilometragem de trilhos subterrâneos e aéreos que demorou quase quarenta anos para ser construída. “A rede com esse tamanho começa a dar maior equilíbrio e estabilidade para que as pessoas possam deixar o carro em casa”, afirma Jurandir Fernandes.

 

Além da expansão da malha nos últimos dez anos, com a abertura, por exemplo, da linha 4, que interliga a zona oeste ao centro, a ascensão social se somou a investimentos na modernização da rede da CPTM, o que melhorou os serviços e aumentou o número de usuários do sistema. Em 2001, o intervalo entre os trens ficava entre 12 a 18 minutos. Hoje ele está entre quatro e sete minutos. A expectativa é de que até o próximo ano caia para três minutos na maioria das linhas da CPTM. “Temos feito muitos investimentos em subestações e em seccionadoras automáticas de energia, isso torna o sistema mais robusto e a detecção e resolução de falhas mais rápida.”

 

No momento, há sete obras em andamento, sendo que algumas deverão ser entregues em 2014. A linha 8 da CPTM terá cerca de 6,5 quilômetros de trilhos e deverá ser entregue em março desse ano. Já a linha 9 terá um acréscimo de 4,5 quilômetros, com entrega prevista para dezembro. No metrô, nesse ano, devem ser entregues três estações da linha 4 do metrô (Fradique Coutinho, Oscar Freire e Mackenzie). “Isso deverá ter impacto sobre os que já usam o Metrô, mas têm de andar para se deslocar às estações já existentes”, ressalta. Até 2016, há a promessa de que duas outras estações (Morumbi e Vila Sônia) serão inauguradas para o público, o que deverá fazer essa linha transportar 940 mil passageiros por dia, acima dos atuais 700 mil.

 

“Estamos com sete obras em andamento, sendo três da CPTM e quatro do metrô. Mais uma obra está prestes a ser iniciada, a da linha 6, que foi concedida, recentemente, em regime de Parceria Público-Privada”, ressalta. Essas obras têm extensão de cerca de 70 km, quase o mesmo tamanho da atual malha. Uma delas é a linha 13 da CPTM, que interligará a zona leste de São Paulo com o aeroporto de Guarulhos, criando a primeira opção alternativa para se chegar ao terminal aeroportuário.

 

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