Em janeiro de 2013, o portal Mobilize Brasil fechou o relatório final da Campanha Calçadas do Brasil e encaminhou cópias do documento aos prefeitos e secretários das cidades avaliadas.
Em São Paulo, o relatório foi entregue em mãos ao prefeito Fernando Haddad no dia 17 de janeiro, durante evento da Rede Nossa São Paulo. No Rio de Janeiro, o secretário Municipal de Conservação, Marcus Belchior Corrêa Bento, representou o prefeito Eduardo Paes numa reunião com a equipe do Mobilize. E várias outras autoridades, entre secretários de transportes, diretores de trânsito, membros dos Ministério Público e representantes do Ministério das Cidades também receberam suas cópias, em mãos ou pelo correio.
Dezenas de reportagens em jornais, revistas, rádio e tevê foram publicadas desde então mostrando a extensão do problema, verdadeira epidemia nacional. Alguns governantes chegaram a lançar planos e projetos para melhor fiscalizar a conservação dos passeios públicos, mas o fôlego dessas ações durou poucas semanas.
Já faz um ano, mas nada mudou. Os prefeitos dão de ombros para o problema e preferem repetir a desculpa de que "a construção e manutenção das calçadas é responsabilidade dos proprietários dos imóveis". Calçadas, como todos sabem, são um instrumento de mobilidade urbana para estimular o caminhar, a forma mais simples, sustentável e sadia de transporte. E, como já escrevemos em nosso relatório, são um dos principais indicadores da qualidade de vida em qualquer localidade.
Em nossa visão, as calçadas das ruas centrais, centros de bairros e aquelas próximas a áreas de grande circulação de pedestres deveriam ser mantidas diretamente pelo poder público para a garantia de um único padrão de qualidade, segurança e conforto.
Só assim as pessoas, inclusive as que têm algum tipo de restrição física, poderão voltar às ruas e praças do país.
A propósito, anunciamos a estreia do Blog Milalá, iniciativa da publicitária Mila Guedes. Ela convive há 22 anos com a esclerose múltipla e, apesar das limitações, não deixa de viajar, conhecer parques, visitar museus e lugares interessantes, em várias partes do mundo. Como ela explica, Milalá é um projeto que procura estimular quem tem mobilidade reduzida a curtir a vida com alegria, apesar dos buracos e pedras no caminho.
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