O “Índice de Bem-Estar Brasil-WBB”, uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela MyFunCity, foi divulgada ontem (14) e mostrou a avaliação de 786 moradores da cidade de São Paulo sobre o nível de satisfação em relação a 10 categorias: meio ambiente, transporte, família, redes de relacionamento, segurança, carreira, educação, governo, consumo e saúde. As notas dadas a cada um desses itens variava de 1 a 5.
O indicador que mede o nível de satisfação, que é uma média de todas as notas dadas às 10 categorias, atualmente está em 3,69, média superior à de 5 anos atrás, que era de 3,47. Mesmo assim, o índice deixa claro que a vida dos paulistanos precisa melhorar ainda, principalmente naquilo que diz respeito ao transporte e mobilidade urbana da cidade.
Mobilidade em questão
Segundo a pesquisa, “foram considerados críticos a qualidade do transporte público e o tempo gasto diariamente no trânsito, pois 31% dos participantes alegaram dispensar 2 horas no trajeto de ida e volta do trabalho e/ou faculdade, prejudicando o convívio familiar.”
Dentre os principais achados relacionados à Transporte e Mobilidade, pode-se destacar:
• Trânsito piora a saúde da população e ainda limita tempo com a família.
• Qualidade do transporte público e tempo gasto no trânsito são os aspectos mais carentes de atenção.
• Uma parcela próxima de 31% dos respondentes reportou gastar mais de duas horas diariamente em deslocamentos para o trabalho ou escola/faculdade.
• O tempo gasto no trânsito parece que dificulta a satisfação de dois aspectos julgados relevantes pelos respondentes: estar com a família e praticar atividades físicas.
• Em três dos sete indicadores dessa variável, o sexo do respondente impactou a satisfação do respondente, e os indivíduos do sexo feminino apresentaram menor satisfação em todos eles.
A pesquisa revelou, também, que aproximadamente 70% das pessoas que responderam ao questionário utilizam metrô ou ônibus para se deslocar em São Paulo, enquanto aproximadamente 19% utilizam carro.
O questionário foi aplicado entre os dias 10 e 30 de novembro de 2013. O objetivo é que, segundo a apresentação do relatório, "esse conjunto de indicadores permita a geração de políticas públicas e privadas que busque melhorar o nível de bem-estar das pessoas".
O estudo foi apresentado ao prefeito Fernando Haddad nesta segunda feira (13). Há a intenção de levar o trabalho para outras cidades brasileiras, criando um Índice Brasil. Segundo Fábio Gallo Garcia, professor da FGV-EAESP, "com a pesquisa, criou-se um banco de dados importante para estudos acadêmicos".
Leia o estudo na íntegra aqui.
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