Mobilidade recebe menos dinheiro que os estádios da Copa

Diferentemente dos estádios, em que os projetos não foram reduzidos, propostas de mobilidade urbana foram deixadas de lado. No total, 24 empreendimentos saíram da lista

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Fonte: Hoje em Dia  |  Autor: Amália Goulart  |  Postado em: 10 de janeiro de 2014

Mineirão e outros estádios: financiamento de R$ 40

Mineirão e outros estádios: financiamento de R$ 400 mi

créditos: Luiz Costa/Hoje em Dia

 

O governo federal disponibilizou mais dinheiro para a construção de estádios de futebol e para serviços relacionados às partidas da Copa do Mundo do que em obras de mobilidade urbana e infraestrutura, que ficarão como legados para todos os brasileiros. 

 

A diferença entre os custos das duas esferas é de R$ 300 milhões, informa nesta sexta-feira (10) a reportagem do Hoje em Dia /R7. Com os estádios, segurança para os jogos, turismo e outros serviços, a União desembolsará R$ 9,1 bilhões. Já com mobilidade terrestre, aeroportos e portos usará recursos de R$ 8,8 bilhões.

 

Os repasses do governo federal são a título de financiamento, tendo os estados, municípios e operadores dos estádios que arcar com o pagamento das prestações. Os dados foram levantados pela Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo (Agência Pública) com base nos números do Portal da Transparência da Controladoria Geral da União (CGU).

 

Em Belo Horizonte, por exemplo, o estádio do Mineirão, reformado para o Mundial, contou com financiamento público federal de R$ 400 milhões. Todos os estádios das 12 capitais receberam R$ 7,5 bilhões da União.

 

Mobilidade deixada de lado

Ao contrário do que ocorreu com os estádios, em que os projetos não foram reduzidos, propostas de mobilidade urbana foram deixadas de lado. No total, 24 empreendimentos deixaram a Matriz de Responsabilidades do Mundial. A cidade mais afetada foi Porto Alegre, onde 11 obras deixaram de ser feitas. Em Belo Horizonte, a Via 710 foi retirada da lista de obras da Copa.

 

Após dois anos de obras paralisadas e investimentos de apenas 1,8% do valor total do empreendimento, a Prefeitura de Belo Horizonte decidiu, em dezembro, licitar a obra fora da matriz de responsabilidades, o que significa que a obra não receberá recursos do chamado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa do Mundo. O corredor terá quatro quilômetros de extensão e ligará as avenidas dos Andradas à Cristiano Machado, chegando à interseção com o Anel Rodoviário, na Região Nordeste.

 

Apesar disso, a obra continuará a ser financiada pela União e pelo município e terá custo de R$ 174 milhões.

 

O valor disponibilizado para construção de estádios nas 12 cidades sede da Copa do Mundo de 2014 é maior, por exemplo, que os repasses à educação, uma obrigação do governo federal. Na capital mineira, o governo federal transferiu R$ 238 milhões para a Educação entre os anos de 2010, ano em que foi assinada a Matriz de Responsabilidades da Copa, e 2013. No país inteiro, em nove das 12 capitais com jogos os valores que financiaram os estádios são maiores que os repasses para educação no período, segundo dados da CGU.

 

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