Em Manaus, a 1ª linha de transporte coletivo fluvial

Iniciativa pioneira de moradores e de um empresário tira do papel promessa antiga e inaugura transporte urbano por lancha na Colônia Antônio Aleixo, ZL da capital do AM

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Fonte: A Crítica  |  Autor: Adan Garantizado e Florêncio Mesquita  |  Postado em: 07 de janeiro de 2014

Passageiro ainda pode aprecia a vista do Encontro

Passageiro ainda pode apreciar a vista do Encontro das Águas

créditos: Marcio Silva

 

Desde sábado (4) os moradores do bairro Colônia Antonio Aleixo, na zona leste de Manaus (AM) passaram a contar com um novo sistema de mobilidade urbana, o transporte coletivo fluvial. A primeira linha de transporte urbano fluvial da cidade amazônica foi possível graças ao esforço da própria comunidade, que elaborou um projeto e procurou a iniciativa privada para torná-lo realidade. 

 

O “grito de liberdade” para acabar com a dependência dos ônibus do transporte coletivo foi dado pelos moradores e pelo empresário dono da embarcação, que juntos abraçaram a proposta.

 

Os moradores dependiam exclusivamente da linha 604 de ônibus para chegar ao Centro, numa viagem de até 2 horas de duração, em meio a congestionamentos, principalmente em horário de pico. A outra linha que atende o bairro, a 085, vai só até para o Terminal 5, no São José. Além de lotados, os coletivos nessa localidade são desconfortáveis e vivem quebrando, o que aumentava ainda mais a duração da viagem. 

Agora, a população já conta com essa opção de uma embarcação modelo “a jato”, que faz o percurso em 30 minutos e tem capacidade para 43 passageiros. Os passageiros vão sentados em poltronas reclináveis, e ainda podem admirar a orla de Manaus, num ambiente climatizado equipado com quatro TVs, banheiro e até café da manhã na embarcação.

 

O preço da passagem é R$ 10, ou seja, R$ 7,25 maior que a tarifa de ônibus atual de R$ 2,75, mas os moradores afirmam que o valor compensa pelo conforto e menor tempo de viagem. Uma corrida de táxi da Colônia Antônio Aleixo até o centro custa cerca de R$ 80 na bandeira 1. Alguns mototaxistas que atuam no bairro chegam a fazer o trajeto por R$ 50.

 

Alternativa viável

O transporte fluvial como alternativa viável para a mobilidade urbana da capital esteve nas propostas de candidatos a prefeito, pelos menos, nos últimos 12 anos. No entanto, sequer chegou a se tornar realidade, em função de interesses de agentes públicos em manter a exclusividade de transporte para empresas de ônibus. A população do bairro Colônia Antonio Aleixo provou que a alternativa fluvial é viável.

 

A Colônia Antonio Aleixo é composta por nove comunidades. A lancha a jato vai partir de domingo a domingo do terminal da comunidade 11 de Maio, fará uma parada para pegar passageiros no porto da comunidade Nova Esperança e outra na comunidade Bela Vista até seguir para o Centro, onde atracará no “terminal do a jato”, na Manaus Moderna. Num primeiro momento, apenas uma embarcação fará o trajeto de hora em hora. Caso a demanda aumente, outra lancha a jato com capacidade para 60 pessoas será inserida no transporte fluvial.

 

No sábado, a lancha foi alvo de curiosidade de muitos moradores da Colônia Antônio Aleixo desde que chegou ao terminal da comunidade 11 de maio. A maioria aproveitou para conhecer a embarcação e prometeu utilizar o serviço. Poucos, porém, embarcaram na linha inaugural, que saiu às 9h rumo ao Centro. 

 

O industriário Leonildes dos Santos, 34, precisava resolver algumas pendências na área central de Manaus. Ele aprovou o meio de transporte e o preço cobrado. “O ônibus coletivo aqui é muito ruim. E quem mora no começo do bairro sofre mais. Geralmente as pessoas vem pegar o 604 aqui no terminal do 11 de maio. Quando o ônibus chega lá no começo da Colônia, ele passa direto, pois já está lotado. Pagar R$ 10 pra ir em um conforto desses é ótimo”, disse. 

 

Já para a estudante Sabrina Vaz, 18, o percurso virou um verdadeiro passeio turístico. “Ficar parado no trânsito é um estresse muito grande e você perde muito tempo. Na lancha, além da rapidez, eu ainda posso admirar a paisagem e o encontro das águas. É outro clima”, enumerou.

 

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