Passarelas construídas para dar segurança a pedestres, em Fortaleza, viraram um perigo para a população. Elas foram montadas com estruturas temporárias e custaram R$ 1 milhão cada.
Na rodovia BR-116, que liga o Ceará ao Sul do país, o trânsito é intenso a toda hora do dia.
“Você passa de 10, 15 minutos esperando para poder atravessar porque eles não param, não, né?”, diz uma pedestre.
“Vive morrendo gente aqui, quase que direto”, conta outra.
Os moradores de uma comunidade reivindicaram durante 7 anos a construção de uma passarela. Ela foi instalada, mas bem diferente do que eles esperavam. "Era para ter uma segurança melhor, né?", diz um morador.
Mesmo em cima da passarela, longe dos carros, os moradores perceberam que não estão totalmente seguros. Em pouco tempo, os pedaços de tábuas que servem de piso começaram a se afastar uns dos outros. E, logo, surgiram grandes brechas, que, hoje, existem em quase toda a extensão da passarela.
“Você olha para baixo aí que o medo aumenta", diz um pedestre.
Se cabe o salto de sapato, imagine a muleta de Otair. "Aqui é um perigo medonho. O cabra leva uma queda aqui é um acidente total. Aí se o cabra virar de uma vez cai", diz o portador de deficiência.
Três passarelas provisórias foram construídas pelo Dnit no Ceará por determinação da Justiça para diminuir o número de acidentes. Cada uma custou quase R$ 1 milhão. Pouco mais de um mês depois de inaugurada, ela já passa por manutenção.
"Vai amenizar o problema, resolver, não, porque constantemente eles vão ter que fazer essa manutenção. Coisa que poderia ter sido evitada, né?", diz outro morador da região.
O Dnit ainda vai construir mais cinco estruturas como estas no Ceará. Informou que até março vai sair o edital para construção das passarelas definitivas. Enquanto isso, pessoas como Dona Francinilda continuam se arriscando entre os carros.
“Não é só eu que passo aqui, tem várias pessoas que escolhem passar aqui do que por cima”, diz ela, após atravessar a rodovia carregando uma criança no colo.
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