Capitais ganham mobilidade urbana

Em Curitiba, os projetos de mobilidade urbana somam R$ 880 milhões, com destaque para a implantação do sistema BRT

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Fonte: Valor Econômico  |  Autor: Guilherme Arruda  |  Postado em: 20 de dezembro de 2013

Novo estádio Beira Rio não lembra em nada o velho

Novo estádio Beira Rio não lembra em nada o velho

créditos: Gabriel Heusi/AP

 

O Clube Atlético Paranaense prevê para o dia 26 de março de 2014 a reinauguração do seu estádio, a Arena da Baixada, que está sendo preparada para sediar quatro jogos da primeira fase da Copa de 2014. As instalações remetem a uma arena multieventos, com cobertura metálica que protegerá 100% das cadeiras, infraestrutura de última geração, espaços para imprensa e amplos vestiários.

 

A arena terá capacidade para 43 mil espectadores, podendo receber até 60 mil pessoas, com a utilização do gramado, para outros tipos de eventos. Em frente ao estádio, está previsto um centro comercial com área gastronômica, acessível pelo sistema de transporte público.

 

Onde fica o terreno de um antigo colégio será construído um prédio de 4 mil m2 que abrigará o centro de imprensa e a área de hospitalidade durante a Copa. Depois, o espaço será usado para eventos. O custo estimado da reforma do estádio é de R$ 265 milhões.

 

Para receber a Copa a prefeitura de Curitiba está investindo em obras de revitalização e sinalização de ruas, de melhoria do transporte coletivo e infraestrutura turística. Somadas as seis obras de mobilidade do PAC da Copa e os títulos de Potencial Construtivo, destinados às obras de reforma e ampliação da Arena da Baixada, a participação do município ultrapassa R$ 340 milhões em recursos próprios.

 

Parte dos investimentos será destinada à implantação da linha direta (Ligeirão) Eixo de Transporte Norte/Sul, desalinhamento de estações-tubo entre o Terminal da Santa Cândida e a Avenida Munhoz da Rocha; obras de revitalização e infraestrutura viária no bairro da Água Verde e ainda a instalação da estruturas temporárias nos arredores da Arena. A Praça Afonso Botelho, em frente ao estádio, passará por ampla reforma.

 

“A cidade ganha nova roupagem em função das obras da Copa. As intervenções ocorrem em pontos de grande demanda da população”, comenta o secretaria Municipal Extraordinária da Copa do Mundo da Fifa 2014, Reginaldo Luiz dos Santos Cordeiro.

 

Ele ressalta as melhorias de tráfego em vias hoje saturadas, requalificação de corredores exclusivos de ônibus, melhorias em terminais de ônibus urbanos e rodoviários.

 

“Há também o legado imaterial, resultante da exposição da cidade para o mundo, o intercâmbio cultural e humano, o impacto no turismo e na economia”, acrescenta. Pesquisa do Ministério do Turismo indica que Curitiba receberá perto de 500 mil turistas durante a Copa, dos quais 100 mil estrangeiros.

 

Nos imóveis localizados no bairro Água Verde, onde fica a Arena da Baixada, já se notam sinais de valorização do metro quadrado devido não apenas ao estádio e à boa infraestrutura, mas também ao novo status que vai ascender pela proximidade que tem com outro bairro nobre, o Batel.

 

“Depois que todas as obras forem concluídas, o metro quadrado será bem valorizado”, diz Gustavo Selig, presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná.

 

Em Porto Alegre, com investimento estimado em R$ 330 milhões, o novo estádio Beira Rio não lembra em nada o velho estádio inaugurado em 1969 pelo Sport Club Internacional. Para viabilizar o complexo esportivo, a direção do Inter firmou uma parceria com a construtora Andrade Gutierrez em março de 2012, cujo resultado foi a criação da BRio, uma sociedade de propósito específico (controlada pela holding AGSA e o grupo BTG Pactual), que ficou responsável pela execução das obras e detentora dos direitos de exploração dos ativos do estádio por 20 anos.

 

A BRio contratou a Andrade Gutierrez, bancou parte do investimento e obteve R$ 271,5 milhões junto ao BNDES. O Inter aportou R$ 26 milhões.

 

Depois da Copa, Inter e BRio vão definir as datas de utilização do estádio. A prioridade será para jogos oficiais, seguido de datas para amistosos, eventos e shows. Para Copa, a capacidade é de 51,3 mil lugares.

 

Para receber jogos da Copa de 2014, Porto Alegre ganha uma nova roupagem. Nilmar Faccin, gerente do Programa Porto Alegre 2014, vinculado à Secretaria Municipal de Planejamento Estratégico e Orçamento, estima em R$ 2 bilhões o valor total dos investimentos em mais de 200 projetos para a cidade.

 

Os projetos de mobilidade urbana somam R$ 880 milhões, com destaque para a implantação do sistema BRT que irá alterar radicalmente a qualidade do transporte da cidade.

 

As melhorias para Copa de 2014 impactam no aumento de lançamentos de empreendimentos imobiliários na capital, notadamente, no entorno do Beira Rio, diz Giuliano Spolavori, diretor comercial da Guarida Imóveis, que administra condomínios, alugueis e atua na compra e venda de imóveis, “Mesmo que 90% das obras não fiquem prontas, o setor está se movimentando”, conta. “O crescimento da cidade influencia na valorização dos imóveis”, complementa.

 

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