Falta trilho. Trilho para transportar passageiro, falta muito trilho para se ir ao trabalho, às compras, ao teatro, ao cinema, ao futebol, como acontece nas cidades que resolveram o transporte público – fora do Brasil, é claro.
Agora o transporte público tem outro nome: é mobilidade urbana, um nome mais sofisticado para um problema primário.
Na capital do país, uma comitiva de autoridades do legislativo local viajou para Londres para conhecer o metrô. Por coincidência, a viagem foi durante as Olimpíadas. E ainda não conheciam um metrô que é de 1863.
A propósito, o de Buenos Aires completou cem anos neste ano. O de São Paulo começou a funcionar 61 anos depois de Buenos Aires.
Xangai não tinha um metro de metrô quando o Rio de Janeiro abriu a primeira linha em 1979. Hoje Xangai tem uma teia de 12 linhas e mais de 300 estações.
As comparações servem para mostrar que vamos muito devagar com um problema que cresce muito rápido: a necessidade de transportar pessoas sem que elas precisem recorrer ao transporte individual que entope as cidades e os estacionamentos – e prejudica a velocidade do transporte coletivo de superfície, os ônibus.
Já editaram a lei da mobilidade urbana, há dois anos. As ruas de junho já clamaram por transporte urbano. E o atraso agrava o problema a cada hora.
Qualquer dia vão descobrir a "imobilidade urbana".
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