Barcelona tem o melhor sistema de bicicletas urbanas do mundo

Outras cidades que pedalam bastante - entre os 400 sistemas existentes de serviços com 700.000 bicicletas - são Lyon, Cidade do México, Montreal, Nova York, Paris e o Rio

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Fonte: AFP - Agence France-Presse  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 10 de dezembro de 2013

Jovem utilizando o sistema de compartilhamento

Jovem utilizando o sistema de compartilhamento espanhol

créditos: César Rangel / AFP

 

Barcelona pode se gabar de ter o mais bem sucedido programa de bicicletas urbanas do mundo, segundo um relatório publicado na quinta-feira, em Washington, que explica os segredos de se conseguir com que mais gente passe a adotar o transporte sobre duas rodas.

 

O programa de bicicletas da cidade mediterrânea espanhola conta com uma média de 10,8 viagens por bicicleta e 67,9 trajetos por morador, destacou o Instituto para Transporte e Desenvolvimento de Políticas (ITDP), uma organização de pensamento estratégico sediado na capital americana.

 

Pouco conhecidos dez anos atrás, os programas de bicicletas urbanas se expandiram rapidamente em todo o mundo e um número estimado entre 400 e 600 cidades - de grandes a pequenas - lançaram sistemas do tipo e muitas outras planejam fazê-lo no futuro próximo.

 

"Não estamos dizendo que nenhum (destes sistemas) seja melhor do que o outro", disse Colin Hughes, diretor de política nacional e avaliação de projetos do ITDP. "A questão principal é que estes esquemas estão demonstrando um alto impacto real na mobilidade das cidades onde são implantados - há uma grande quantidade de pessoas usando-os - e são bastante rentáveis", disse Hughes à AFP.

 

"O investimento público realmente vale a pena aqui", prosseguiu.


Cidades do futuro com qualidade de vida

Para o informe "O guia dos programas de bicicleta de uso livre", o ITDP compilou dados de esquemas de bicicletas urbanas do mundo todo para estabelecer pela primeira vez o que precisa ter uma rede de aluguel de bicicletas bem sucedida.

 

Alguns pontos são óbvios, como que sejam "confortáveis, bicicletas para andar pelas cidades", especialmente desenhadas para impedir o roubo, bem como fáceis de usar, sistemas automáticos de cadeados nos postos de devolução e preços atraentes para incentivar o maior uso possível.

 

Mas o que é especialmente importante, destaca o informe, é "uma extensa rede de estações... Com distância média de 300 metros" entre elas.

 

"Recomendamos entre 10 a 16 estações por quilômetro quadrado e de 10 a 30 bicicletas para cada 1.000 moradores em uma área de cobertura", afirmou Hughes. "Faz-se uma escala das estações por área e em seguida se estuda o número de bicicletas nas estações com relação ao número de pessoas que está morando ali", acrescentou.

 

Outro elemento fundamental é o uso de tecnologia móvel para fazer um acompanhamento da disponibilidade das bicicletas em tempo real e compartilhar estes dados pela internet, em smartphones, telas de computador e postos de devolução ou empréstimo de bicicletas.

 

Uma lição que algumas cidades, como Washington, aprenderam com dificuldade ao lançar um sistema com poucas bicicletas e poucos lugares para deixá-las."Tendemos a ver que os sistemas que são mais bem sucedidos não começam em pequena escala", afirmou.

 

"Quando se inicia um esquema, este é o tempo mais valioso. Este é o momento em que se geram notícias. É a primeira vez que você está expondo ao público o seu sistema e o que realmente quer é que as pessoas tenham uma primeira experiência realmente positiva", prosseguiu.

 

Também têm que haver ciclovias, embora Hughes tenha apontado que a popularidade do sistema de bicicletas tende a incentivar a expansão da infraestrutura de duas rodas nas cidades.

 

Para o futuro, Hughes prevê um contínuo aumento dos programas de uso livre de bicicletas no mundo em um momento em que as cidades abraçam o conceito de uma cidade do século XXI, apresentando-se como locais interessantes para viver, trabalhar ou investir.

 

"É uma pista, uma forma de dizer, 'esta é uma cidade que valoriza a qualidade de vida'... Esta é a razão pela qual algumas grandes empresas se alinham para patrocinar estes sistemas, porque as bicicletas de uso livre têm uma imagem positiva", afirmou.

 

O relatório pode ser encontrado online na página go.itdp.org .

 

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