A frota de ônibus do Rio está ficando mais velha. Este ano, a renovação dos carros foi reduzida para menos da metade.
O radiador estourou. O motor ferveu. E o ônibus parou. Prejuízo para os passageiros. Preocupação para os motoristas.
“Este calor, né, maquina, né, temperatura subiu”, lamenta o motorista.
No Rio de Janeiro, não é difícil encontrar ônibus sujos e mal conservados.
“Tudo caindo aos pedaços, é banco solto, é tudo solto. Todos eles”, reclama o ajudante de pedreiro Sérgio Silva.
Pneus carecas e portas desalinhadas e sem vedação são apenas alguns dos problemas que os passageiros enfrentam todos os dias.
“As cadeiras muitas das vezes são quebradas, muitas das vezes, o ônibus não abre a porta direito, janela também não. E o que você mais encontra é ônibus velho”,conta a doméstica Girlane Inácio.
“Todo ruim, todo ruim os ônibus. Toda hora é ‘oh, o carro quebrou’, porque não tem manutenção, o freio está ruim, não dá para seguir viagem, tudo isso a gente passa durante a viagem”, diz o pedreiro José Antônio Modesto.
De janeiro a outubro deste ano, a prefeitura aplicou mais de 4.700 multas por irregularidades flagradas nas ruas.
A idade média da frota do Rio é de três anos e seis meses. Por contrato, a vida útil dos ônibus pode ser no máximo de oito anos.
Apesar dos problemas, o Rio de Janeiro ainda tem uma das mais modernas frotas de ônibus do país. Em média, 12% de todos os ônibus são substituídos a cada ano por modelos novos, 0 quilômetro.
Mas neste ano de 2013, apenas 4% da frota foram substituídos. As empresas alegam que sem reajuste de tarifa não é possível colocar tantos ônibus novos circulando nas ruas.
No último mês de junho, a tarifa chegou a ser reajustada em R$ 0,20. Mas, assim como aconteceu em São Paulo e outras cidades do país, os aumentos foram cancelados após a onda de protestos que levou milhões de brasileiros às ruas.
O secretário municipal de transportes, Carlos Roberto Osório, reconheceu que não é possível cobrar neste momento a renovação da frota, sem reajuste de tarifa, previsto em contrato. Mas não vai tolerar qualquer falha na manutenção dos ônibus.
“Primeiro, as regras têm que ser cumpridas e não é uma questão momentânea de desequilíbrio tarifário que permite que um ônibus circule sem segurança. E os concessionários continuam sendo obrigados a prestar serviço com veículos que ofereçam conforto e segurança aos usuários”, diz Osório.
“Tem ônibus velho, todo ruim, com baratas, todo quebrado, com pneus carecas. Está horroroso isso aqui”, reclama o gari Vandelson dos Santos.
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