No Rio de Janeiro, sem Perimetral, passeio público pode chegar até a Praça Quinze

Ideia é estender corredor cultural; para especialistas, baía se beneficiaria

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Fonte: O Globo  |  Autor: Fernanda Pontes  |  Postado em: 25 de novembro de 2013

Como poderá ficar o Corredor Verde do Porto

Como poderá ficar o Corredor Verde do Porto

créditos: Divulgação

 

Uma nova Zona Portuária surgirá com a derrubada da Perimetral. Desde a construção do elevado, no final da década de 1950, a região vem se degradando, e um dos ícones desse processo foi a derrubada do histórico Mercado Central da Praça Quinze. Com a retirada do viaduto, será construído um imenso passeio à beira-mar, uma área de aproximadamente 60 mil metros quadrados cercada por museus e prédios históricos.

 

— A Perimetral, ao passar a dez metros de altura, esteve alheia ao tecido urbano e histórico. Segregava o lugar que é a própria integração metropolitana. É filha de um conceito urbanístico que não respeita a cidade preexistente — afirma o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-RJ), Sérgio Magalhães.

 

Com o fim do viaduto, uma via expressa será responsável pelo escoamento do tráfego. Paralelo à nova via está o Binário do Porto (inaugurado em outubro ainda sem o túnel), que terá a função hoje ocupada pela Avenida Rodrigues Alves, porém com maior capacidade. Como boa parte do Binário e da via expressa será subterrânea, um trecho da Rodrigues Alves será cortado pelo Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), bonde não poluente e com capacidade para transportar até 450 pessoas de uma vez.

 

A nova aposta da concessionária que administra aquela região da Zona Portuária é o prolongamento do passeio público, ligando o Museu do Amanhã, em construção, à Praça Quinze. Os detalhes do novo traçado, que passaria por área da Marinha, estão em discussão, mas planejam-se quiosques e ciclovias.

 

Pelo caminho, um corredor cultural formado pela antiga Estação de Hidroaviões, prédio modernista projetado em 1937 por Attilio Corrêa Lima, o Centro Cultural Banco do Brasil, a Casa França-Brasil, o Museu Histórico Nacional, a Igreja da Candelária e o Mosteiro de São Bento.

 

— Com o fim da Perimetral, teremos maior visualização da Baía de Guanabara — diz o arquiteto Pedro da Luz.

 

Com a abertura do passeio público, a expectativa do presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo, é criar uma nova “fachada urbana” para a cidade, acelerando a discussão sobre a despoluição da baía.

 

Sérgio Magalhães diz que a derrubada da perimetral permitirá o fluxo de novas ideias:

 

— O prefeito (Eduardo Paes) interveio numa estrutura de alcance metropolitano. Como desdobramento, tenho confiança de que o sistema de transporte de alta capacidade, como trens e metrô, finalmente será tratado como convém à população.

 

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