A meta de chegar a 300 km em faixas exclusivas de ônibus até o fim deste ano em São Paulo virá acompanhada por 240 novos radares, a serem instalados exclusivamente para monitorar o tráfego no espaço exclusivo ao transporte coletivo. Até janeiro de 2014, a Secretaria Municipal de Transportes espera ter todos os equipamentos instalados, segundo o responsável pela pasta, Jilmar Tatto.
Ciente de que o motorista paulistano adepto do carro costuma ser crítico dos radares na capital, o secretário explicou que o principal critério para multar aqueles que andam irregularmente nas faixas exclusivas de ônibus será a intenção. Ou seja, carro poderá seguir entrando na área dos coletivos maiores, mas seguindo algumas premissas.
— A gente tem sentido uma melhora importante no comportamento dos motoristas em não invadir a faixa exclusiva. Tem todo um mecanismo de fazer com que o motorista não seja prejudicado, aquele receio dele entrar na faixa para carregar ou descarregar um passageiro, entrar no comércio, na rua à direita. Tudo isso, você tem mecanismos de observar se ele teve intenção de andar na faixa exclusiva ou não, até porque não é apenas um aparelho, são dois e às vezes até três. Uma coisa é ele entrar na faixa exclusiva, andar um pedaço e entrar à direita, outra é ele entrar, passar um cruzamento e ele ir embora, tem comércio e vai embora, aí não dá.
Os primeiros radares já foram instalados em alguns pontos da cidade, mas a rapidez das demais instalações, de acordo com Tatto, depende do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), que precisa certificar cada equipamento antes da instalação. A secretaria vê a tecnologia como aliada para melhorar a produtividade da fiscalização e, de quebra, liberar os agentes para outras atividades.
— Primeiro que não tem agente suficiente, e segundo a cidade de São Paulo precisa trabalhar cada vez mais com mecanismos de tecnologia (...). Assim você libera o agente para outras atividades, então é mais em função disso.
Além de refutar os argumentos de quem costuma chamar os radares de São Paulo de “máfia das multas”, Jilmar Tatto explicou que todo o trabalho que vem sendo feito pela pasta visa a priorizar o transporte público na capital, dando mais velocidade aos ônibus e aumentando o número de viagens. O secretário ressaltou ainda que a busca por qualidade, com obras e novos veículos, também já está em andamento.
Quanto aos taxistas e a sua presença nas faixas exclusivas, o secretário de Transportes ainda aguarda novos levantamentos para definir uma posição oficial sobre o tema. A princípio, com base no próprio discurso de dar prioridade aos ônibus, a tendência é que os táxis não possam mesmo utilizar o espaço dos coletivos, mas uma decisão oficial ainda será anunciada em breve.
— O táxi é um outro debate. A nosso pedido feito ao Ministério Público, tem uma equipe, uma comissão fazendo um levantamento da velocidade dos táxis nos corredores. Foi dado 15, depois a comissão pediu mais 15 dias e vou dar o prazo. Estou no aguardo desse estudo. Não há parecer ainda, pedi ao promotor para adiar até porque não deu tempo de fazer esse levantamento.
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