Medellín: mobilidade para derrubar a desigualdade social

Cidade colombiana investiu no metrô, inovou em teleférico de massa e agora incentiva o uso de bicicletas

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 |  Autor: Lauro Rocha  |  Postado em: 16 de setembro de 2011

Metrocable

Metrocable

créditos: Lauro Rocha

Cidade que se desenvolve junto ao vale do rio Medellín, a 1.520 metros de altitude, com “cerros” marcando a paisagem e orientando a cidade, Medellín tem hoje cerca de 2,2 milhões de habitantes e é a segunda maior cidade da Colômbia, além de importante centro industrial do país.

Em crescimento urbano acelerado desde os anos 1960, e com um quadro de desigualdade social muito grave, Medellin se tornou conhecida nos anos 1990, durante a repressão governamental ao crime organizado em torno do tráfico de drogas.

Exatamente nesse período a cidade começou a investir na melhoria de sua infraestrutura urbana e o metrô de Medellín cumpriu um papel importante para tornar a cidade mais igualitária e aproximar periferia e centro com um sistema de transporte digno, rápido e eficaz.

A primeira linha do metrô começou a operar no ano de 1995, ligando os extremos norte e sul da cidade. Hoje, com 28,8 km de extensão e duas linhas (A e B), permite uma viagem confortável entre seus principais pontos de atração.

Periferia de Medellín

Periferia de Medellín

créditos: Lauro Rocha

Metrocable

Em 2004, a companhia do metrô inaugurou o Metrocable, um teleférico de alta capacidade, que  conecta a malha metroviária existente às regiões mais altas e periféricas da cidade. Atualmente existem três linhas (J,K,L) totalizando 9,5 km de extensão, nove estações e velocidade média de 5 m/s. O sistema ultilizado foi desenvolvido pela companhia Francesa Poma, e o modelo criado na Colômbia já foi reproduzido em Caracas, na Venezuela, e no Rio de Janeiro, sempre em regiões periféricas e de difícil acesso.

Grandes equipamentos urbanos, conjuntos habitacionais e planos de urbanização foram desenvolvidos junto às linhas implantadas e especialmente ao lado das estações das linha J e K, que servem áreas densamente urbanizadas. Além das bibliotecas-parque España e San Javier, destacam-se as pequenas pracinhas criadas em volta de cada um dos pilares que sustentam o teleférico. São oásis de cultura e urbanismo em meio à complexidade dos morros favelizados.

Já linha L do Metrocable tem uma função principalmente turística e liga a cidade ao parque Avrí. São menos de 30 minutos de viagem da região central até o parque, sobrevoando a copa das árvores.

Ônibus e bikes

Assim como em quase todas as cidades da América Latina, os ônibus urbanos de Medellin são velhos, sujos, mal mantidos e mal sinalizados. O problema começa a ser enfrentado agora, com a criação do sistema SIT (Sistema Integrado de Transportes), formado por veículos novos, com linhas integradas às estações de metrô e cable.

Ainda incipiente, a rede de ciclovias está bem conservada e bem sinalizada. A cidade conta com uma malha com cerca de 20 km de “ciclorutas” e aos domingos as ciclofaixas marcam a paisagem de algumas da principais avenidas da cidade.


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