Venda de bicicletas já ultrapassa a de automóveis na maioria dos países da Europa

A crise econômica que assola a Europa nos últimos anos têm levado muitas pessoas a escolher o transporte de duas rodas, em vez dos que possuem quatro

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Fonte: Eco Desenvolvimento  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 30 de outubro de 2013

Crise europeia pode ter influenciado o maior consu

Crise europeia pode ter influenciado maior consumo de bikes

créditos: Alejandro Amador

 

A crise econômica que assola a Europa nos últimos anos, somada a uma maior conscientização quanto aos benefícios proporcionados pelas bicicletas, têm levado muitas pessoas a escolher o transporte de duas rodas, em vez dos que possuem quatro.

 

Preço mais acessível, consumo praticamente zero, redução do impacto ambiental e o fato de promover uma atividade física podem ser algumas das razões que levaram a população europeia a adquirir mais bicicletas do que carros.

 

Na Alemanha foram 3.966 milhões bicicletas para 3.083 milhões de automóveis, no Reino Unido (3.600 milhões – 2.045 milhões), na França (2.835 milhões – 1.899 milhões), Itália (1.606 milhões – 1.402 milhões), Espanha (708 mil – 700 mil).

 

De acordo com um relatório realizado da organização NPR, dos 27 estados membros da União Europeia, só Bélgica e Luxemburgo não apresentaram dados em que o consumo de automóveis perde para o de bicicletas.

 

A Espanha, por exemplo, aponta um salto de 4% nas vendas das magrelas, enquanto que há uma queda de 30% na comercialização de carros novos. A Itália também possui um marco curioso: em 2012 foi a primeira vez que as bikes superaram os carros desde a Segunda Guerra Mundial.

 

Fenômeno europeu

A pesquisa da NPR também aponta que os ciclistas têm movimentado a Europa. Ao contrário dos países do norte europeu, como Holanda e Bélgica, a Espanha, por exemplo, carecia de tradição acerca das bicicletas. Com a mudança de hábito, o país já tem uma das mais altas taxas de mortalidade para ciclistas de estrada no continente.

 

A Holanda não tem muita tradição de bicicletas
Foto: Claudio .Ar

 

Para mudar este quadro de muitos acidentes na Europa, um grupo conhecido como “Ativistas do Ciclismo” tem se esforçado para ensinar aos motoristas a respeitar os usuários de bicicletas.

 

O movimento Bici Crítica, criado por eles em 2004, tem ocupado a capital espanhola na última quinta-feira de cada mês – interrompendo o trânsito na hora do rush. Eles se reúnem em um palácio construído no século 19 no centro de Madrid, onde traçam um caminho diferente para pedalar ao redor da cidade, mensalmente.

 

Para Juan Salentas, ciclista do movimento, a crise econômica local tem seu ponto positivo: “Estamos aprendendo a cada dia sobre a crise e talvez ela não esteja mudando as coisas que pensávamos que iria mudar, a exemplo de políticos e bancos. Mas está mudando nossas mentes. Nós gastamos menos. Tentamos viver com o que temos e ser mais felizes. E vamos tentar manter o que temos, porque talvez vamos perdê-lo amanhã”, afirmou ao NPR.

 

Pelo mundo

Em 2013, a China, que possui o título negativo de campeã mundial de poluição, mostrou que também é o país que mais tem investido em sustentabilidade: o gigante asiático é líder global em energia solar, eólica e em bicicletas elétricas.

 

No mês de julho, os chineses já registravam mais vendas de bicicletas elétricas do que de carros. Até o mês citado foram comercializadas, ao todo, 28 milhões de e-bikes, contra 19,3 milhões de veículos de passeio. Nove em cada dez magrelas elétricas vendidas no mundo vão parar no país, que tem a maior população do mundo – cerca de 1 bilhão e 340 milhões de habitantes (censo de 2011).

 

Cidadão chinês pedala em Xangai: nove em cada dez e-bikes são vendidas na China. Foto: blese

 

No Brasil, a produção de bicicletas aumentou em 5,9% em 2012, segundo o levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

 

Indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), por exemplo, totalizaram 875.835 unidades – foram 826.903 de 2011. Enquanto isso, as vendas de carros devem ter alta de 1,03% em relação a 2012. Até o início de outubro haviam sido vendidos 2.780.330 de unidades de veículos no país, de acordo com dados da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave).

 

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