Já imaginou percorrer a distância do Triângulo da Assis Brasil ao Centro de Porto Alegre em cerca de 18 minutos? Para percorrer o trajeto de cerca de 10,3 km, os condutores demoram, em média, nos horários de pico, cerca de uma hora e meia. Além da economia de tempo, junte ainda alguns ingredientes como acessibilidade, conforto, segurança e disponibilidade de horários.
Esta poderá ser a realidade dos usuários do metrô de Porto Alegre em 2020, quando a Prefeitura estima que o projeto esteja concluído. Mesmo extremamente atrasado, se comparado a outras capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, e países, como Espanha, Canadá e China, o metrô representará um ganho considerável à qualidade de vida da população.
Esse, porém, é apenas o traçado inicial, que já foi alterado diversas vezes nos últimos 16 anos de discussões sobre a possibilidade de implantação do metrô. A questão é que, atualmente, há muito pouco definido, além é claro dos recursos destinados para o empreendimento, que totalizam R$ 4,8 bilhões, resultantes de parceria da União, governo do Estado, Prefeitura e da iniciativa privada, e o trajeto.
Pela proposta, está definida a mudança no Triângulo. Nele estará o início do metrô e também onde os ônibus dos bairros (chamados de alimentadores) vão parar para embarque e desembarque de passageiros. A mudança vai afetar dezenas de linhas de ônibus da zona Norte que, diariamente, asseguram o transporte até a área central. A projeção é de que 960 viagens diárias de ônibus deixem de chegar ao Centro. Para dar conta de um volume de 325 mil passageiros diariamente, o metrô prevê intervalo entre as viagens, no horário de pico, de 2,5 minutos e para isso serão utilizados 18 trens e mais três composições.
No percurso, haverá preliminarmente 10 estações de embarque e desembarque, concentradas nos pontos de maior fluxo e ainda sem endereço fixo. Para a construção, serão necessárias, provavelmente, mudanças que incluem a desapropriação de casas e estabelecimentos comerciais. Para isso, a prefeitura já destinou R$ 195 milhões.
Outra certeza é o grande impacto urbanístico que o projeto vai trazer à zona Norte. O principal deles será a eliminação dos corredores de ônibus das avenidas Assis Brasil e Farrapos, uma vez que a circulação neste trecho será feita por metrô. O presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, ressalta que as mudanças pautarão debates futuros. “Em algum momento terá que ser aberto ums discussão com a população para definir a utilização deste espaço, que representa cerca de três faixas de trânsito”, assinala.
O prefeito José Fortunati não descarta o uso da via para áreas de lazer e ciclofaixas. “O certo é que não existirão corredores nestes trechos”, diz. Se o metrô vai eliminar as faixas exclusivas de ônibus, vai criá-las no sentido que foi encurtado do projeto anterior, entre o Triângulo da Assis Brasil e a sede da Fiergs, próximo a Freeway. Para organizar melhor o trânsito, serão instalados corredores de ônibus. A questão tarifária também está acertada. O metrô estará interligado ao transporte coletivo, com tarifa única. Na prática, quem vier de um bairro no extremo da zona Norte, precisará pegar um ônibus até o terminal e lá embarcar no metrô até o Centro. A viagem será paga com tarifa única.
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