As bicicletas em São Paulo vão ser destaque no documentário Bikes x Cars, em produção pelo cineasta sueco Fredrik Gertten, da WG Film. Autor de vários documentários premiados (veja mais em wgfilm.com), Gertten escolheu a capital paulista para rodar boa parte de seu novo filme, que também terá gravações em Los Angeles, Toronto, Bogotá, Copenhague e Shangai. A proposta é abordar o beco-sem-saída do uso indiscriminado do automóvel em todo o mundo e suas consequências para o ambiente urbano e para o clima global. Hoje o mundo já tem 1 bilhão de carros. Em 2020, daqui a sete anos, serão 2 bilhões de automóveis circulando pelas grandes cidades do planeta, diz o trailler do filme.
Para viabilizar a produção, que custará 50 mil dólares, Gertten não quer o patrocínio de empresas - "elas têm seus interesses particulares" -, mas apenas de pessoas, que podem doar qualquer valor a partir de um dólar. A ideia é viabilizar o documentário com o apoio de cidadãos que sejam interessados em um novo modo de mobilidade urbana, explica o diretor. O projeto está aberto para contribuições na ferramenta de crowdfunding Kickstarter, com prazo até o final de outubro.
O roteiro de Bikes x Cars também discute a enorme cadeia econômica dependente do carro, desde a fabricação de aço, veículos e autopeças, à produção de combustíveis, os serviços de estacionamento e os grandes negócios envolvendo a construção sem fim de mais e mais pistas para a rodagem dos carros particulares.
"Toda essa gigantesca engrenagem funciona para atender aos interesses de grupos econômicos e dos políticos a eles vinculados. Formas simples de locomoção, como pedalar ou caminhar podem ser estimulados para mudar o modo de vida nas cidades. Mesmo as grandes obras de metrôs, corredores de ônibus e outros sistemas poderiam ser reduzidas se a cidade e seus fluxos for pensada para o uso dos transportes de baixo impacto", pondera Fredrik Gertten.
Mas por que São Paulo? Gertten explica que a cidade é um exemplo fascinante dos problemas que o excesso de carros pode provocar no ambiente urbano, especialmente neste momento em que a classe média brasileira está em franco crescimento. "Esse fenômeno já aconteceu na Europa, provocou uma série de problemas e agora atinge países como a China, Índia e Brasil. São Paulo, por exemplo, tem um clima ameno e grandes áreas planas que permitiriam a circulação confortável de bicicletas. Imagine se 40% das viagens diárias dos paulistanos fossem feitas de bike. A cidade seria outra. Copenhague, na Dinamarca, fez essa transformação".
Para ver um trailler do futuro filme, acesse www.bikes-vs-cars.com
Para apoiar a produção do documentário, acesse o site kickstarter