O Trem Costa do Sol, projeto que vai interligar o Nordeste, partindo de Salvador (BA) até São Luís (MA), começa a tomar forma nesta sexta-feira (11), com a assinatura do acordo de cooperação entre a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Conforme o superintendente da entidade, Luiz Gonzaga Paes Landim, o projeto deve começar a ser executado pelo trecho de João Pessoa ao Recife, que deve ser o mais dinâmico. A assinatura do convênio será feita durante o II Fórum Nordeste 2030: Visão Estratégica de Longo Prazo, que objetiva definir soluções para diminuir as desigualdades da região perante o país e fortalecer a indústria nordestina.
Faltam estudos
Luiz Gonzaga afirmou que a execução do projeto depende dos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, e que será uma parceria público-privada, para garantir a agilidade de seu desenvolvimento. Segundo ele, o trem fará o percurso de Salvador a São Luís, mas, inicialmente, a atenção será para as áreas mais dinâmicas.
“Destacamos Salvador e Costa do Sauípe, na Bahia, Recife e Porto de Galinhas, em Pernambuco, Natal e Pipa, no Rio Grande do Norte, e Fortaleza e Canoa Quebrada, no Ceará, mas a Paraíba tem destaque porque o trecho de João Pessoa ao Recife é o mais dinâmico. Com o trem em funcionamento, vamos garantir o fluxo de pessoas e de riquezas entre as cidades, que, em alguns anos estarão unidas como um conglomerado”, explicou o superintendente da Sudene.
Ele afirma que o Trem Costa do Sol será uma opção para a mobilidade, no que se refere ao turismo, considerando que o Nordeste não tem uma malha aérea dinâmica, além de desafogar as rodovias. “O acesso ao Aeroporto Internacional de Jaboatão dos Guararapes estará facilitado, sendo a rota de trem bem mais viável do que pela rodovia”.
Luiz Gonzaga ressaltou que é preciso recuperar a indústria nordestina, que foi bastante produtiva nas décadas de 1960 a 1980, mas que perdeu fôlego. “Nossa economia não pode ser baseada no consumo de bens e serviços produzidos em outros estados, em outras regiões. Por exemplo, sai um caminhão de artigos agrícolas daqui para o Sudeste e chega um carregado de eletroeletrônicos com alto valor agregado”, exemplificou.
Ele disse que há um déficit muito grande na economia paraibana no que se refere à entrada e saída de bens. Segundo o superintendente da Sudene, em 2011, a Paraíba produziu R$ 9 bilhões em bens, mas importou muito mais, o que acarretou um déficit de R$ 6,6 bilhões. No ano seguinte a produção cresceu a R$ 12 bilhões e o déficit, a R$ 9,6 bilhões.
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