BRT de Porto Alegre fica R$ 1,2 milhão mais caro e deve operar só em 2015

Foi encontrada prática de sobrepreço em dois itens do contrato de R$ 195 milhões firmado entre a prefeitura e as construtoras

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Fonte: UOL  |  Autor: Tiago Dantas  |  Postado em: 02 de outubro de 2013

Valores ao menos R$ 1,2 milhão mais caros do que o

Valores ao menos R$ 1,2 milhão mais caros do que o previsto

créditos: Divulgação

 

Os três corredores de ônibus projetados em 2010 pela Prefeitura de Porto Alegre como principal legado da Copa do Mundo para a cidade estão ao menos R$ 1,2 milhão mais caros do que o previsto e podem ser entregues somente em 2015. É o segundo atraso do projeto da capital gaúcha anunciado no mês – o governo já havia informado que a inauguração iria acontecer em outubro de 2014.

 

O TCE-RS (Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul) encontrou prática de sobrepreço em dois itens do contrato de R$ 195 milhões firmado entre a prefeitura e as construtoras. De acordo com o tribunal, o governo está pagando cerca de R$ 1,1 milhão a mais do que o cobrado pelo mercado pelo serviço de fresagem (remoção de asfalto para instalação de placas de concreto por onde os ônibus passarão). Além disso, está gastando cerca de R$ 50 mil a mais pela iluminação noturna da obra.

 

Os conselheiros do TCE-RS avisaram a prefeitura sobre o problema, o que resultou num imbróglio judicial que acabou paralisando a construção dos BRTs (Bus Rapid Transit, nome dado ao sistema de corredores exclusivos de ônibus). Atendendo à recomendação do órgão de controle, o governo municipal reduziu o repasse que fazia às construtoras. O consórcio, então, foi ao TJ (Tribunal de Justiça) contra a prefeitura para receber o valor integral.

 

Ao analisar o caso, a Justiça entendeu que não há sobrepreço no contrato dos BRTs e concedeu uma liminar (decisão provisória) às empreiteiras. Se fosse seguir apenas a decisão judicial, a prefeitura deveria, portanto, voltar a pagar o dinheiro que o TCE considerou irregular. Como isso não aconteceu, o consórcio formado pelas empresas Sultepa e Conpasul, responsável por dois dos três corredores, resolveu paralisar os serviços até que haja uma decisão definitiva.

 

A PGM (Procuradoria Geral do Município) trabalha para derrubar a liminar da Justiça. Em meio a duas decisões opostas, o prefeito José Fortunati (PDT) pediu ao TCE-RS, semana passada, que os conselheiros apresentem um relatório final sobre as contas da obra. O tribunal informou, no entanto, que só poderá apresentar o resultado definitivo sobre as contas quando as obras acabarem.

 

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