Portugal debate seguro obrigatório para bicicletas

Cicloativistas lusos condenam proposta e avaliam que a obrigatoriedade reduziria o uso da bike nas cidades

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Fonte: MUBi/Portugal  |  Autor: Da redação  |  Postado em: 29 de agosto de 2013

Portugal debate seguro obrigatório para bicicletas

Agora, bikes tem direitos iguais ao dos carros em Portugal

 

A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi) insurgiu-se hoje (29) contra a ideia defendida pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP) de criar um seguro obrigatório para ciclistas, considerando “um absurdo” colocar as bikes e veículos motorizados no mesmo patamar em termos de risco.

 

Para esta organização, defender um seguro obrigatório para ciclistas contraria as “mais avançadas e sustentáveis” políticas para melhorar a vida nas cidades. “Em nenhum país da Europa é obrigatório um seguro para bicicletas. Portugal estaria retrocedendo ao fazê-lo, porque o futuro é fomentar o uso da bicicleta e não dificultar a sua adoção (..) Seria absurdo colocar a utilização da bicicleta num patamar semelhante [ao dos veículos motorizados]”, considera a associação.

 

Para os defensores das bicicletas na cidade, um seguro obrigatório viria a travar a tendência de aumento no uso de bikes no país e aumentaria a presença dos carros nas zonas urbanas.

 

Se houvesse mais ciclistas nas nossas cidades, a segurança de todos aumentaria e o prêmio de seguro dos automobilistas tenderia a diminuir, pois o seu risco também seria menor”, estima a MUBi, lembrando que um ciclista adota geralmente um comportamento prudente porque está em questão também a preservação da sua integridade física.

 

Novo código de trânsito

Na quarta-feira (28), o Automóvel Club de Portugal veio defender que os ciclistas sejam obrigados a ter um seguro de responsabilidade civil, já que as novas regras do Código da Estrada tornam as bicicletas com direitos e deveres semelhantes aos dos restantes veículos.

 

O novo Código da Estrada, já aprovado, acaba, por exemplo, com a discriminação dos veículos cicláveis na regra geral da preferência de passagem, e passa a ter prioridade todo o veículo que se apresente pela direita, no caso de não haver sinalização.

 

“Dado que os ciclistas estão em igualdade de circunstâncias em relação a um veículo a motor e têm um determinado número de regalias novas, a partir daí é fundamental que também tenham um seguro de responsabilidade civil contra terceiros, como têm os carros, os motociclos e tudo o que circula na via pública”, disse à agência Lusa o presidente do ACP, Carlos Barbosa.

 

Para o responsável, a partir do momento em que “têm equivalência aos veículos motorizados”, as bicicletas devem ter “o mesmo seguro para responsabilidade de terceiros”, no caso de estarem envolvidas em algum acidente. Carlos Barbosa prevê que as novas regras do Código da Estrada tragam mais acidentes com bicicletas.

 

Para a MUBi, “por esta lógica, em breve o ACP também reivindicará um seguro obrigatório para os pedestres que quiserem atravessar as ruas”.

 

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