Apenas oito vereadores compareceram na tarde desta sexta-feira (23) à Câmara de Boa Vista para uma possível sessão extraordinária, que não ocorreu. Eles aguardavam entrar em votação o Projeto de Lei 026/20013, que autoriza o empréstimo de R$ 64,9 milhões para o Executivo Municipal investir na mobilidade urbana.
Devido ao prazo de votação expirar na segunda feira (26), o pedido da sessão extraordinária partiu da Prefeitura de Boa Vista. Mas a solicitação não foi acatada pelo presidente da Casa Legislativa, Léo Rodrigues (PR), segundo o parlamentar Mauricélio Fernandes (PSL), um dos que aguardaram a abertura da sessão.
Nira Mota (PMDB), outra vereadora presente na Câmara, disse que está preocupada em relação à aprovação do projeto. "Nós iremos votar, não pela prefeita (Teresa Surita), e sim pelo povo. É um projeto de autorização de empréstimo de quase R$ 65 milhões para o Município construir a mobilidade urbana da nossa Capital. E corremos o sério risco de perder esse dinheiro, porque não conseguimos aprovar a proposta", disse.
A mobilidade a que se refere a parlamentar inclui investimentos em acessibilidade, pardais (câmaras eletrônicas), calçadas e pontos de ônibus com refrigeração. Para o vereador Abel Galinha (PSB), não pôr o projeto em votação caracteriza irresponsabilidade por parte do presidente da Câmara.
"Será gerado um prejuízo muito grande para a população se o projeto não for aprovado. Vão ser quase 65 milhões de reais que não vão chegar a Boa Vista por causa da irresponsabilidade da presidência", afirmou o parlamentar, acrescentando esperar das autoridades competentes que saibam o que está ocorrendo na Câmara de Boa Vista para tomarem providências.
O vereador Massamy Eda (PMDB) afirmou que, nesta quinta-feira (21), houve uma sessão extraordinária, mas que foi encerrada sem uma conclusão.
"É de conhecimento de todos os vereadores que este projeto já era para estar aprovado. Mas alguns não querem. Hoje, observo que a presidência desta Casa não tem compromisso com a sociedade e nem respeito aos parlamentares. O presidente não está conseguindo fazer um bom trabalho na Câmara", avaliou Massamy.
Segundo o parlamentar, Léo Rodrigues convoca vereadores, servidores da Casa e a imprensa e não define as atividades que entram em pauta nas sessões.
"Sou um dos vereadores mais antigos e minha preocupação é o tempo para votar esse projeto. Qualquer capital queria ter esse orçamento e o presidente está levando para o lado pessoal e na brincadeira. Não sei se ele está sendo orientado por um algum grupo político. O presidente Léo Rodrigues não está representando esta Casa como deveria", afirmou o vereador.
Um parlamentar que pediu anonimato afirmou que o presidente da Câmara está sendo orientado pelo seu tio, o vice-governador de Roraima Chico Rodrigues (PSB). "O presidente só faz o que o tio dele manda. Há uma insatisfação do vice-governador em relação a um grupo político que conseguiu esse recurso de R$ 65 milhões patra nossa Capital. Por isso, o vice não quer a aprovação desse projeto", revelou o vereador.
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