Os ciclistas de Mogi das Cruzesenfrentam desafios diários. Com poucas ciclovias ou ciclofaixas, eles brigam por espaço. Quem conhece de perto essa realidade é o professor de educação física Felipe Coutinho. Todos os dias ele sai da Vila Bela Flor, no distrito de Brás Cubas, e segue por uma das avenidas mais movimentadas da cidade, a Francisco Ferreira Lopes.
Por entre valetas, ele anda espremido, dividindo espaço com carros e ônibus. Na subida da Avenida Japão tem que descer e empurrar a bicicleta. Depois de quase 5 quilômetros, o professor chega à academia onde trabalha, no Alto do Ipiranga. “Eu comprei a bicicleta há quatro anos e já comecei a me deslocar com ela. Assim, economizo dinheiro e também o tempo de deslocamento é menor do que com o ônibus”, destaca.
Felipe diz que outra vantagem é o fato do transporte ser muito saudável. Ele reforça que o ciclista precisa ter muita atenção para evitar acidentes. “Como venho por uma avenida movimentada tem motoristas que não respeitam o ciclista e como não tem local para pedalar precisa desviar.”
Para tentar reduzir os acidentes, a Prefeitura instalou ciclofaixas ou ciclovias em alguns trechos. Atualmente, Mogi das Cruzes tem apenas 12 quilômetros de espaços de uso exclusivo para quem está de bicicleta. Em Brás Cubas, a ciclovia da Avenida dos Canudos tem 2,5 mil metros de extensão. Já a Avenida Governador Adhemar de Barros tem a maior ciclofaixa do município, com quase 5 quilômetros de extensão.
Genilson Souza Vitor usa a ciclofaixa. Embora reconheça que o caminho ficou muito melhor, ainda aponta alguns problemas. “Não dá para um vir e o outro voltar. É preciso sair e assim corre o risco de ser atropelado”, diz.
Para incentivar os funcionários a usarem a bicicleta, a Prefeitura construiu um bicicletário com espaço para 20 bicicletas. “Quem pode deve liberar o trânsito. Tem gente que não pode sair sem carro, mas quem pode deve aproveitar. É tão gostoso vir de bicicleta para o trabalho. A gente desestressa e percebe muita gente presa no tráfego, enquanto a gente passa devagar”, avalia o funcionário público Kléber Caldeira, que teve a ideia do bicicletário.
O secretário municipal de Transportes, Nobuo Aoki Xiol, explica que criar ciclofaixas e ciclovias está entre as prioridades.”Todo empreendimento novo viário inclui o projeto de uma ciclovia e de uma calçada para pedestres. Estamos prevendo uma que deve interligar o centro do distrito de César de Sousa com a Avenida João XXIII, a Rua Júlio Perotti e a Avenida Engenheiro Miguel Gemma”, conclui.
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