Se, por um lado, os protestos que levaram milhões às ruas culminaram na redução massiva da tarifa do transporte coletivo no Brasil, não se pode dizer o mesmo da qualidade do serviço oferecido. Falta investimento em frota e em infraestrutura adequada para um deslocamento rápido e eficiente.
Enquanto isso, o país impulsiona a indústria do automóvel particular. Exemplo é a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros, que foi prorrogada até dezembro deste ano, quando deveria ter acabado em abril. O incentivo representará uma renúncia fiscal de R$ 2,2 bilhões neste período, conforme a Agência Brasil.
Daí surge a questão: até que ponto os recursos que o governo deixou de arrecadar prejudicam o transporte coletivo?
Considerando que os R$ 32,5 bilhões desperdiçados desde 2003 – com isenções sobre carro e combustível – poderiam construir 1.500 quilômetros de corredores de ônibus ou 150 quilômetros de metrô, os prejuízos são grandes. A verba também seria suficiente para a criação de corredores segregados nas 12 metrópoles brasileiras, conforme reportagem da Folha de S. Paulo. Além disso, a má qualidade atrai cada vez mais as pessoas para trás do volante.
O argumento do Ministério da Fazenda para as isenções é que a indústria automobilística é fundamental para a economia do país, pois representa 25% da produção industrial. Mas a população carece de transporte qualidade, as cidades precisam de mais mobilidade urbana e o ar precisa ser mais limpo. E quem ganha com isso? As pessoas.
Saiba mais no infográfico abaixo, da Folha de S. Paulo
(Fonte: Folha de S. Paulo)
Este texto foi publicado originalmente no site The City Fix Brasil.
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